Blog do Noblat
- 11/12/2011
Fábio Fabrini, O Globo
Centros de excelência em formação profissional e pesquisa
científica, universidades federais têm construído, paralelamente, uma escola de
impropriedades na gestão de recursos públicos. Reitores, pró-reitores e
ex-dirigentes de, pelo menos, 16 instituições, em 13 estados, são alvos de
processos administrativos, auditorias, inquéritos e ações na Justiça por
deslizes que vão do favorecimento a parentes e amigos ao desvio de verbas.
Só o Ministério da Educação (MEC) apura 23 casos, envolvendo
gestores de oito federais, que, se forem considerados culpados, podem perder
seus cargos ou, se já afastados, ficar proibidos de voltar ao serviço público e
ter as aposentadorias cassadas.
Na lista constam catedráticos que ganharam notoriedade
recentemente, como o ex-reitor José Januário Amaral, que renunciou em meio a
suspeitas de integrar um esquema de corrupção na federal de Rondônia (Unir).
E outros que caíram em desgraça pública bem antes, casos de
Timothy Mulholland, da Universidade de Brasília (UnB), envolvido em denúncias
de irregularidades em fundações vinculadas à universidade; e de Ulysses
Fagundes Neto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cujos gastos em
viagens ao exterior foram o estopim de sua queda. Ambos saíram em 2008, mas
ainda não receberam o veredicto do MEC, cujos processos disciplinares (PADs),
não raro, são tão lentos que só acabam após os delitos prescreverem.