Correio Braziliense - 23/12/2011
Os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União que lotam o plenário 2 da Câmara desde terça-feira, quando estava previsto o início da votação dos relatórios relacionados ao Orçamento de 2012, viveram a situação mais tensa no início da tarde de ontem. Assim que o relator geral da proposta, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), leu a parte do texto que veta reajustes a servidores e aposentados, os manifestantes engrossaram os gritos de protesto. "Não foi possível dar reajuste a nenhuma categoria de servidores", disse Chinaglia durante a leitura do relatório. "PT pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão", cantaram logo em seguida os servidores, que entoaram depois o Hino Nacional.
O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiu então promover a retirada dos manifestantes do plenário 2. A ordem foi dada aos policiais legislativos. Em vão. Vital, Chinaglia e os outros parlamentares presentes optaram por sair do espaço para evitar um confronto entre policiais e servidores. A sessão de votação do relatório continuou no plenário 1, que fica no mesmo corredor, paralelamente ao plenário 2. Servidores e policiais se enfrentaram no corredor. Os protestos se arrastaram pela tarde e, diante do empurra-empurra, chefes da segurança chegaram a pedir que Vital do Rêgo interrompesse a sessão. Ele preferiu dar continuidade à votação do relatório.
Para deixar os plenários, Vital e Chinaglia precisaram de escolta policial. "Dilma fora", "Chinaglia canalha" e "Abaixo a ditadura" foram alguns dos gritos dos manifestantes. As duas portas que dão acesso ao plenário 1 ficaram tomadas por servidores. (VS)