Correio Braziliense - 03/07/2012
Os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) ameaçam comprometer a divulgação de alguns dos principais
indicadores econômicos do país a partir da semana que vem. A greve da categoria
começou no último dia 18, em três estados — RS, PI e AP —, mas ganhou adesão de
outras regiões e, ontem, de três grandes unidades no Rio de Janeiro. Com isso,
a participação ao movimento subiu de cerca de 10% dos funcionários para pouco
mais de 50%, segundo cálculos do comando de greve.
"O Rio de Janeiro concentra metade dos cerca de 12 mil
funcionários do instituto. Com a inclusão do estado, certamente a coleta de
dados será comprometida", afirmou Julio Cesar Pacheco, integrante do
comando de greve em Santa Catarina. Pacheco explicou que estão paradas a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a Pesquisa Mensal de
Emprego (PME) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Procurado pela reportagem, o IBGE negou a existência de
qualquer prejuízo nas atividades do órgão. "A paralisação é localizada e
conta com apenas 10% dos funcionários. Nenhum serviço foi comprometido e nenhum
estado conta com adesão total", rebateu o IBGE. O levantamento mais
recente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)
mostra que a greve geral do funcionalismo ocorre, simultaneamente, em 22
estados e conta com engajamento de 26 categorias. Para amanhã, a central
sindical convocou um Dia Nacional de Lutas, com atos de protesto por todo o
país. (GHB)