Sindicato diz que greve na Anvisa pode impactar estoque de remédios
Folha de S. Paulo 17/07/2012
BRASÍLIA - A greve de funcionários da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pode ter impacto no estoque de remédios e insumos farmacêuticos em até uma semana, afirmou João Maria Medeiros, presidente do Sinagências (sindicato dos funcionários de agências de regulação) --ele próprio servidor da Anvisa.
Cerca de 40% dos funcionários da Anvisa pararam no país, segundo o sindicalista.
Desde esta terça-feira, diz, apenas 30% dos funcionários que trabalham na liberação de mercadorias no Galeão estão trabalhando. Amanhã, a greve deve ser intensificada no aeroporto de Guarulhos e no porto de Santos.
A principal demanda, diz Medeiros, é equiparar as carreiras das agências com as outras de Estado --segundo ele, servidores das agências ganham até 30% a menos.
Para evitar desabastecimento, o Sindusfarma (sindicato que reúne a indústria farmacêutica em São Paulo) vai reunir os associados para, possivelmente, entrar com uma ação judicial garantindo a liberação dos produtos.
O sindicato deve ainda propor à direção da Anvisa que libere os insumos sem a análise prévia --a ideia é que amostras da mercadoria sejam analisada após a greve.
A Abrafarma (associação de farmácias) avalia que a greve pode impactar na autorização para novas farmácias e, também, nos estoques.
O setor de medicamentos avalia que, se a greve se estender por um mês, é possível que haja desabastecimentos pontuais nas farmácias.
Segundo a Sinagências, há uma conversa com o governo marcada para quinta-feira.