ALESSANDRA HORTO
O DIA - 15/08/2012
Rio - A invasão de 30
manifestantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) da sala de reuniões da
Secretaria de Relações de Trabalho do Planejamento, ontem em Brasília,
inviabilizou a negociação do governo com representantes dos
técnico-administrativos das universidades e institutos federais de ensino e a
diretoria do Sindicato dos Funcionários da Fiocruz.
Eles se recusaram a sair do local e ainda impediram que o
secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, deixasse a sala. A
segurança foi chamada e a Polícia Militar cercou o prédio para impedir a
entrada de mais servidores.
Diretor da Associação dos Servidores do MDA, Marcius Alves
Crispim disse que os representantes do segmento desocuparam o local por volta
de 20h30 em “respeito às outras categorias” do serviço público.
Crispim argumentou que a invasão foi necessária porque o
governo não apresentou proposta de reajuste. “É uma mesa de enrolação para
cansar o movimento. Não há proposta. Para nós, isso é estratégia do governo,
que só conversa, não apresenta proposta e não negocia. Depois enfia qualquer
coisa ou nada no Orçamento”, reclamou.
SEM NÚMEROS AINDA
Sérgio Mendonça defendeu que a pasta tem promovido uma
“sequência de conversas” nos últimos dias. Ele também declarou que o Executivo
ainda não tem números para apresentar: “O governo está avaliando um contexto de
proposta orçamentária. Não temos números ainda. É uma avaliação complexa, tanto
externa quanto interna da economia brasileira, onde qualquer decisão se torna
difícil”.
A reunião com integrantes da Condsef também não teve
resultado e novo encontro foi agendado para sexta-feira.
Categoria defende manifesto
Coordenador geral da Fasubra (Federação dos Sindicatos dos
Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras), Paulo Henrique Santos
defendeu a atitude dos servidores do Incra e do MDA: “Nossa reunião foi adiada,
mas entendemos que o manifesto foi legítimo”.
O Ministério Público Federal do Rio entrou com ação contra
as entidades que representam os servidores do Colégio Pedro II para que as
aulas sejam retomadas, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia.