Agência Brasil
- 05/12/2013
Brasília – A uma semana de completar uma ano como presidente
do Tribunal de Contas da União (TCU), o
ministro Augusto Nardes avalia que um dos principais motivos do atraso de obras
no país é falta de gestão, de planejamento e de pessoal nos ministérios e nos
setores estatais que são responsáveis por elas. Segundo ele, muitas vezes os
projetos básicos apresentados no tribunal chegam incompletos e deficientes.
Nardes diz que se criou um “mito” de que o TCU paralisa
obras, quando, na verdade, parou apenas duas das 140 construções paralisadas no
país, além de investir em auditorias preventivas que geram economia e evitam as
paralisações.
O presidente do TCU citou o caso da obra da transposição do
Rio São Francisco, que iniciou orçada em R$ 4,2 bilhões, com previsão para ser
concluída em 2010, e agora está com orçamento de R$ 8,5 bilhões, para entrega
em 2015. “Dobrou-se o valor porque o projeto básico era deficiente e o projeto
executivo também, aí os preços aumentam porque não foram bem calculados. Então,
não pode culpar o TCU de ter atrasado a transposição do Rio São Francisco
porque faltou planejamento no seu início”, explicou.
Em relação à Copa do Mundo do ano que vem, Nardes disse que
a mobilidade urbana deverá ser um dos principais gargalos nas cidades-sede.
Outro problema, segundo ele, serão os aeroportos, porque nem todos estarão
concluídos a tempo para o Mundial. “O que nós esperamos é que o governo possa,
ainda nos poucos meses que faltam para a Copa, investir o máximo para que nós
não tenhamos uma perda em termos de imagem com o setor internacional”.
Nardes também disse que existe receio em relação à rede
hoteleira de algumas cidades, como Cuiabá e Manaus. Esta deve receber grandes
navios com leitos a bordo para compensar o déficit de hoteis. Como aprendizado
da Copa, o ministro disse que o TCU já está preparando um trabalho para que “os
erros que estão acontecendo na Copa” não se repitam nos Jogos Olímpicos do Rio
2016.
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