Agência Brasil
- 25/02/2014
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em
Brasília fizeram na manhã de hoje (25) o funeral simbólico da segurança
pública, em protesto por melhores salários e condições de trabalho. Durante o
ato, que reuniu cerca de 80 policiais, eles deram a volta no Ministério da
Justiça, na Esplanada dos Ministérios, com um carro funerário, duas coroas de
flores e um caixão e terminaram o ato na rampa de entrada do edifício onde
fizeram o enterro simbólico.
Policiais federais de todas as unidades da federação,
segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal,
Flávio Werneck, fazem hoje e amanhã paralisação de suas atividades por 48
horas. “Estimamos que 3 a 4 mil policiais federais vão protestar hoje. Temos de
6 a 7 mil policiais na ativa”, disse.
O sindicato informa que 30% do efetivo vai trabalhar
normalmente. Serviços como a emissão de passaporte estão funcionando. Apenas as
investigações estão paralisadas. “Há um apagão na segurança pública. Nosso
efetivo está de luto, insatisfeito, sucateado, mas vai atender à população”,
disse Werneck.
Segundo o sindicato, o sucateamento da categoria levou a uma
queda no número de pessoas indiciadas pela Polícia Federal. Entre 2010 e 2013,
houve uma queda de 60%, de acordo com a entidade.
Entre as reivindicações dos policiais está a reestruturação
da carreira e a recomposição salarial. Segundo Werneck, a categoria está há
oito anos sem aumento salarial e pede um reajuste de 38%.
O Ministério do Planejamento informou que ofereceu 15,8% de
reajuste, proposta que não foi aceita pela categoria. Segundo a pasta, não há
margem fiscal e financeira para conceder o reajuste pedido neste momento, mas
as negociações continuam abertas. “Rejeitamos o reajuste por não atender às
nossas principais reivindicações”, disse Werneck.