Djalma Oliveira
Jornal Extra
- 15/02/2014
Vai de mal a pior a relação entre os delegados e os
ocupantes de outros cargos da Polícia Federal (PF).
Uma das razões do
desentendimento é salarial. Sem aumento há sete anos, agentes, escrivães e
papiloscopistas estão reivindicando uma equiparação de ganhos com os auditores
da Receita Federal e os oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A melhoria faria com que alguns policiais em fim de carreira passassem a ganhar
mais do que os delegados recém-chegados à PF, contrariando estes últimos. “O
clima é de insatisfação e desânimo generalizados”, afirmou um policial federal,
que não quis se identificar.
André Luís Vaz de Mello, presidente em exercício do
Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de
Janeiro, acrescentou que a disputa também é pelos cargos de comando: “Eles
(delegados) querem manter a condição de chefia”. Luiz Carlos Cavalcante,
diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais, defende uma carreira
única, com os mais bem preparados à frente das investigações.
Segundo Marcos Leôncio Ribeiro, presidente da Associação
Nacional dos Delegados de Polícia Federal, a categoria entende como legítimo o
direito de reivindicação dos policiais: “Mas não aceitamos excessos”. Ele disse
ainda que não é justo afirmar que os delegados estão impedindo a progressão
salarial dos policiais. “A Constituição determina que o salário é proporcional
à complexidade do cargo”, argumentou Ribeiro.