André Guilherme Vieira
Valor Econômico
- 20/05/2014
São Paulo - Policiais federais, rodoviários federais e civis
prometem realizar um ato nacional de paralisação por 24 horas em 14 Estados e
no Distrito Federal na próxima quarta-feira, 21.
O movimento deve atingir principalmente São Paulo, Rio de
Janeiro e Brasília. Na capital federal está sendo marcada uma caminhada até o
Ministério da Justiça ou a Praça dos Três Poderes. No Rio, os policiais civis
pretendem caminhar da Cidade da Polícia até a Tijuca, na zona norte, onde
haverá uma assembleia da categoria. Em São Paulo, os policiais civis ainda não
chegaram a um acordo com o governo estadual e planejam uma passeata para o
sábado, 24. Uma das possibilidades é caminhar até a sede do governo estadual
paulista, o Palácio dos Bandeirantes, na zona Sul de São Paulo.
Em Brasília o objetivo é ser recebido por representante do
governo federal. Entidades de classe das polícias civil e federal pressionam o
governo a estabelecer uma política nacional de Segurança Pública, além de
melhorar as condições salariais e de trabalho dos policiais.
A paralisação é organizada conjuntamente pela Federação
Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Federação Nacional dos Policiais
Rodoviários Federais (Fenaprf) e Confederação Brasileira de Trabalhadores
Policiais Civis (Cobrapol).
Apesar de declarar apoio à manifestação, a Federação
Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais (Feneme) não deve aderir
à paralisação. A Lei estabelece que policiais militares são responsáveis pela
prevenção e repressão ao crime nos Estados. “Atenderemos à previsão legal de
manter 30% dos efetivos trabalhando. Mas inquéritos, perícias e serviços
administrativos ficarão parados”, avisa o vice-presidente da Fenapef, Luís
Boudens. Ele promete forte adesão ao ato em São Paulo, onde os policiais
deverão caminhar até a sede da superintendência regional, na Lapa, zona Oeste
da cidade.
Os policiais civis dos Estados de Alagoas, Amapá, Amazonas,
Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Rondônia, Santa Catarina e
Tocantins já sinalizaram participação no ato. Mas vão definir hoje, no entanto,
se a adesão estará condicionada à interrupção das atividades pelo período de 24
horas.
Após sete anos de negociações fracassadas com o Ministério
do Planejamento, as entidades sindicais da Polícia Federal uniram forças com
outros sindicatos policiais. A possibilidade de paralisação durante a Copa está
mais remota. “O melhor é fazer barulho antes do torneio e retomar as
negociações depois da Copa”, admite um diretor sindical.