Agência Brasil
- 03/06/2014
Os servidores em greve nos hospitais federais do Rio
decidiram hoje (3), em assembleia no Hospital Cardoso Fontes, continuar a
paralisação, que começou no dia 21 de maio. Eles protestam contra a Empresa
Brasileira se Serviços Hospitalares, pedem melhores condições de trabalho e
redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais.
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho
e Previdência Social (Sindsprev-RJ), Cristiane Gerardo, informou que, além de
deliberar pela continuidade da greve, a assembleia discutiu os critérios de
atendimento em período de paralisação. "Reforçamos o critério de atender
àquilo que é essencial e o que pode ser programado, fica suspenso."
Segundo Cristiane, os grevistas farão quinta-feira (5) "um grande
ato" no Hospital de Cardiologia de Laranjeiras e depois seguirão para o
Núcleo do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro.
Um ato que estava previsto para o início da manhã desta
terça-feira no Hospital Federal de Bonsucesso não foi realizado – a unidade não
está em greve, mas, na entrada, uma faixa do Sindicato dos Médicos do Rio de
Janeiro avisa: "Este hospital está em greve. Por favor, procure a unidade
mais próxima". A assessoria de imprensa do hospital informou que não pode
retirar a faixa porque ela foi posta por integrantes do movimento e garantiu
que que os atendimentos estão normais na unidade.
Outro diretor do Sindsprev, Júlio Tavares, que é servidor do
Hospital Federal de Bonsucesso, reclamou que este está "sendo transformado
em uma grande emergência", com a redução do número de atendimentos
ambulatoriais. "Antes, eram feitos 7,5 mil atendimentos por dia. Hoje, o
número caiu a 60% e vai cair até 30% se continuar esse planejamento de fazer um
polo de emergência em Bonsucesso". A direção do hospital foi procurada
pela Agência Brasil, mas, até o fechamento desta reportagem, não respondeu.
Em nota, o Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério
da Saúde no Rio de Janeiro informa que os hospitais federais do Andaraí,
Bonsucesso, Ipanema e Lagoa estão funcionando normalmente.
No Hospital Federal Cardoso Fontes, a paralisação
interrompeu o funcionamento de alguns ambulatórios, "mas os atendimentos
em oncologia, Imunodeficiência, odontologia e nefrologia estão sendo feitos
normalmente, assim como todos os procedimentos de emergência que apresentem
agravo à vida", diz a nota do departamento. No Hospital Federal dos
Servidores do Estado, houve redução na marcação de cirurgias eletivas, porém
está mantida a priorização de casos de urgência e oncologia.