Agência Brasil
- 12/06/2014
Minutos depois do meio-dia, a Esplanada dos Ministérios, em
Brasília, foi tomada por uma espécie de enxurrada de carros e, nos gramados ao
lado da via principal, centenas de pessoas caminhavam em direção à rodoviária
da cidade. Uma cena típica dos horários de rush que hoje foi antecipada por
conta do horário especial estabelecido para o funcionalismo público em função
da Copa do Mundo.
“O trânsito está um pouco carregado, mas já era esperado
nesse final de expediente reduzido. O gargalo é maior, mas daqui a pouco
alivia”, disse Rodrigo Chagas, servidor do Ministério do Planejamento. Segundo
ele, o entusiasmo com o Mundial pode diminuir um pouco o estresse entre os
motoristas, mas a projeção de Rodrigo demorou a se confirmar. Uma hora depois,
o trânsito ficou ainda mais intenso na via.
Poucos carros enfeitados passaram pela Esplanada, mas o
número de pessoas com as cores verde e amarela estampadas em camisetas e
acessórios representava, nitidamente, a maioria entre pedestres e motoristas.
Nem todos estavam em clima de Copa e criticaram a redução da jornada hoje. “A
folga é desnecessária. Acho que todos deveriam trabalhar normalmente”, avaliou
Lucas Tadeu, funcionário do Ministério dos Transportes.
Algumas pessoas preferiram se precaver. “Vim de carona com
meu irmão”, explicou Francisco Oliveira, que trabalha na Aeronáutica e que,
depois de ser liberado, foi caminhando até a rodoviária com o capacete nas
mãos. “Sabia que o trânsito estaria complicado, mas vou para casa, almoçar e me
concentrar para o jogo.”
Orlando Biano Gomes, que trabalha no Ministério do Turismo,
repetiu uma estratégia que geralmente adota nos dias normais. “Venho de ônibus
e volto de bicicleta. Pegar ônibus lotado não é nada agradável”, disse. Segundo
ele, a opção se mostrou ainda mais útil hoje, quando todos saíram ao mesmo
tempo do trabalho.
Nos pontos de ônibus, filas cada vez maiores e muita espera.
Márcia Ribeiro Brito, que trabalha na área administrativa do Ministério da
Fazenda, tinha a expectativa de que o retorno para casa fosse ainda mais
confuso. “Pelo movimento vai ser difícil chegar em casa. Tomara que consiga ver
o jogo”, disse.