BSPF - 01/07/2014
Entre as instituições paradas no Rio estão o Pedro II e o
Instituto Federal de Educação (Ifirj)
Depois de plenária da educação que aconteceu em Brasília no
último final de semana (28 e 29), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais
da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasef) informou que, na
última sexta-feira, 27, o governo encaminhou uma convocação para reunião na
próxima terça-feira (1). A negociação acontece depois de decisão do STJ, que
informava que o ponto dos profissionais não deveria ser cortado e que obrigava
o governo a sentar e discutir propostas. A decisão se assemelha ao caso dos
servidores da cultura, e foi emitida pelo mesmo juiz do STJ, Napoleão Nunes
Maia Filho. Os servidores da cultura, porém, ainda esperam convocação do
Ministério do Planejamento e, caso isso não aconteça, o juiz prometeu legalizar
a greve.
A reunião de terça-feira acontece entre o sindicato, a
Advocacia Geral da União (AGU), o Ministério do Planejamento e o Ministério da
Educação e da Cultura (Mec). A categoria vê de forma positiva o começo das
negociações. “Diante desses 71 dias de greve, essa cena é de um primeiro
momento de diálogo para uma saída. Até agora, o governo se colocava de forma
intransigente. As duas vezes que nos recebeu disseram somente não e não e
judicializaram a greve, o que foi uma atitude lastimável”, comenta Alexandre,
Fleming, coordenador geral do Sinasef. “O sentimento da categoria é a
possibilidade de uma saída. Esperamos que o governo se sensibilize e apresente
proposta para nossas demandas”,completa.
Depois da reunião, no dia 1, entre os dias 2 e 4 acontecem
consultas às bases do Sinasef. Existe a indicação de fim de greve a partir do
dia 10 de julho. “Vamos ter uma rodada de assembleias depois do dia 1 e no dia
5 teremos uma nova plenária nacional.
Vamos discutir a proposta que o governo colocar na mesa e, se ele não propuser nada, ver o que faremos. Na plenária vamos bater o martelo sobre esse possível acordo e, se for encaminhado uma proposta minimamente coerente, podemos acabar a greve a partir do dia 10”, organiza o coordenador.
Vamos discutir a proposta que o governo colocar na mesa e, se ele não propuser nada, ver o que faremos. Na plenária vamos bater o martelo sobre esse possível acordo e, se for encaminhado uma proposta minimamente coerente, podemos acabar a greve a partir do dia 10”, organiza o coordenador.
No dia 17 de junho, uma liminar do STJ, assinada pelo
ministro Napoleão Nunes Maia Filho mandou a volta ao trabalho da categoria, que
não atendeu a liminar. A situação foi reavaliada depois de argumentação da
categoria sobre acordos que foram feito com um outro sindicato, a Federação de
Sindicatos de Professores de Instituição Federais de Ensino Superior (Proifes).
Assim, o juiz determinou que o governo convocasse reuniões para negociações e
que os profissionais não tivessem o ponto cortado.
Os principais pontos da categoria são a criação de uma data
base de negociação, reposição de perdas salariais, democratização dos
institutos (com eleição para diretor), isonomia dos benefícios e reestruturação
da carreira. “Sabemos que as questões com impacto orçamentário são aquelas em
que o governo é mais reticente, mas a data base e a reposição são lutas
importantes. Além disso, a isonomia dos benefícios. Os auxilio alimentação,
saúde, transporte, creche tem valores distorcidos em relação a outras
categorias do serviço público federal”, completa Alexandre.
O Ministério do Planejamento, que negocia com a categoria,
foi procurado para comentar sobre a reunião, mas não respondeu.
No Rio de Janeiro, o Pedro II continua em greve. Os
professores chegaram a ser convocados pela reitoria para voltar às aulas, Magda
Medeiros, coordenadora do Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II
(Sindscope) esclarece que os professores negociam diretamente com o governo
federal: “é o governo federal que determina se temos que voltar às salas ou
não”. Ainda assim, essa semana acontece uma audiência com o reitor para tratar
de questões internas.
Ela relembra que o Sindscope é um sindicato local, filiado
ao Sinasefe e que o Pedro II não é o único colégio federal com problemas de
estrutura “Existem outros institutos federais com problemas semelhantes e se
conseguirmos um aumento no investimento na educação, veremos resultados”,
comenta.
A coordenadora reflete que a reunião dessa terça tem um
caráter diferente das outras “Essa reunião foi uma solicitação da justiça,
então eles são obrigados a apresentar alguma proposta significativa”, completa.
No Rio, também estão paralisados os servidores do Instituto
Federal de Educação (Ifirj) e do Instituto Nacional de Educação de Surdos
(Ines).O Pedro II foi contatado mas não respondeu até o fechamento desta
matéria.
Fonte: Jornal do Brasil
Fonte: Jornal do Brasil