IG - 15/09/2014
Autor de estudo que critica os métodos de seleção de
funcionários públicos no País, professor da FGV propõe o fim das provas de
múltipla escolha e das taxas de inscrição
Fernando Fontainha, professor de direito da FGV: sistema é
voltado para quem tem tempo e dinheiro para pagar um bom cursinho
Os concursos públicos no Brasil não foram feitos para
escolher os melhores candidatos. Essa é a opinião do professor de Direito da
FGV Rio, Fernando Fontainha, crítico voraz do sistema que filtra os ocupantes
de cargos públicos no País.
Para o acadêmico, a ideologia concurseira que se firmou
ajuda a alimentar uma "indústria milionária de cursos preparatórios e um
sistema de arrecadação que desvirtuou os processos seletivos".
Boa parte destas críticas está no livro recém-lançado
“Processos Seletivos para a Contratação de Servidores Públicos: Brasil, o País
dos Concursos”, fruto de uma pesquisa do Centro de Justiça e Sociedade da FGV
Direito Rio em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). Na obra,
Fontainha propõe criar um marco regulatório para mudar radicalmente os
critérios de seleção de funcionários públicos no Brasil.
O professor propõe, entre outras ideias, abolir as provas de
múltipla escolha e acabar com as taxas de inscrição. No estudo, aparecem
exemplos de provas em 20 órgãos federais, entre eles Banco Central, INSS,
Polícia Federal e Receita. Para selecionar os candidatos com as competências
mais adequadas, Fontainha sugere que a experiência profissional prévia seja
requisito básico para inscrever-se no concurso.
iG - Por que, na sua opinião, os concursos públicos não são
capazes de selecionar os melhores candidatos?
Fernando Fontainha - Os concursos no Brasil são
autocentrados, voltados para si mesmos. Neles, impera a ideologia concurseira,
que acontece em enorme prejuízo do serviço público brasileiro, sem dúvida
alguma. Eles servem para selecionar os que mais se prepararam para as provas, e
não os mais competentes. Isso reflete na qualidade dos serviços públicos no...
Leia a íntegra em “Concurso público é uma máquina deinjustiça social”