BSPF - 17/02/2014
O aumento da jornada de trabalho dos servidores do Tribunal
Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), de seis para oito horas diárias, piorou
a qualidade de vida deles e diminuiu a produtividade da corte.
Essa é a conclusão do estudo “Aumento da jornada de
trabalho, qualidade de vida e produtividade na justiça do trabalho da 4ª
Região”, do sociólogo Carlos Alberto Colombo. A pesquisa, que foi encomendada
pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul
(SintrajufeـRS),
apresenta dados, pesquisas qualitativas e quantitativas, confrontamento de
números sobre a produtividade antes e depois da majoração da carga
horária.
Contrariando o objetivo da alteração da carga horária dos
trabalhadores do TRT-4, o sociólogo encontrou indicativos que a extensão das
horas é um procedimento improdutivo e que não contribui para a agilização e o
aprimoramento da qualidade da prestação jurisdicional. No estudo, Colombo
apresenta um conjunto de evidências que atestam, inclusive, que o aumento das
horas trabalhadas resultou em queda na produtividade, quando considerada a
relação número de processos solucionados por hora de trabalho.
O estudo também aponta desdobramentos que não foram
previstos pela Administração do TRT-4 e seus efeitos negativos, não só no que
se refere à queda da qualidade de vida dos servidores, mas também aos custos
sociais e econômicos decorrentes das condições de trabalho e saúde. Embasado
por dados, o sociólogo apontou que a proposta não é vantajosa nem para a
instituição nem para o servidor, já que esse último passa a ter uma
produtividade menor, decorrente da perda da qualidade de vida, do tempo para
investimento na formação, no lazer, entre outros prejuízos.
Colombo afirma também que a melhora da prestação
jurisdicional não foi alcançada, e seu estudo destaca ainda que a intenção da
instituição foi frustrada pelo que a literatura sociológica identifica como as
“consequências impremeditadas da ação”. Ou seja, o TRT-4 tinha a intenção de
melhorar a prestação jurisdicional, mas os meios escolhidos, como o aumento da
jornada, geraram consequências imprevistas: queda da produtividade, aumento das
doenças do trabalho e da duração das licenças médicas, frustração e
desmotivação dos servidores, entre outros resultados negativos.
Com informações do Consultor Jurídico e Assessoria de
Imprensa do Sinjus