Agência Brasil
- 23/02/2015
Em greve desde 5 de fevereiro, servidores do Ministério
Público da União (MPU) no Rio de Janeiro fizeram manifestação hoje (23) nas
escadarias da Câmara Municipal, na Cinelândia, centro da cidade. Com tambores,
apitos e cartazes, dezenas de pessoas pediam, principalmente, reajuste salarial
e a implementação do plano de cargos e salários.
De acordo com a representante do movimento, a técnica
administrativa da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região Adriana
Salomone, o salário dos servidores não é reajustado há nove anos. Além disso,
três planos de cargos e salários já foram criados, mas nenhum saiu do papel.
“Os servidores estão desmotivados. Muitos estão saindo, fazendo
concurso para outros órgãos. Tivemos aumento de 15% a ser pago em parcelas, mas
isso não corresponde à inflação”, disse ela. “Alguns estão com problemas de
saúde, pois não conseguem pagar suas contas”, acrescentou.
Os servidores pedem aprovação dos projetos de lei 7919/2014
e 7920/2014 que tramitam no Congresso e determinam a recomposição das perdas
inflacionárias do período e a criação de um plano de cargos e salários. Os
grevistas também criticaram a discrepância salarial existente dentro do ministério
e entre carreiras similares do Executivo e do Legislativo.
Segundo Adriana, um servidor técnico começa a carreira com
cerca de R$ 4 mil, enquanto um procurador começa com aproximadamente R$ 25 mil
e tem direito a auxílio-moradia de R$ 4,3 mil.
A aprovação do Projeto de Lei Orçamentária Anual, que pode
ocorrer amanhã (24), também é outro pleito da categoria. Os grevistas pretendem
pressionar a inclusão do orçamento do MPU na Lei Orçamentária Anual. “Esperamos
que o procurador-geral da República [Rodrigo Janot] nos represente no Congresso
para que entre essa previsão orçamentária”, disse Adriana.
Também estão paradas as representações da Procuradoria da
República em São Gonçalo, Resende, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo,
Campos dos Goytacases, Macaé, Angra dos Reis e São Pedro da Aldeia. Servidores
de outros estados, como Paraíba, Mato Grosso e Acre, aderiram à paralisação,
informou Adriana.
Os servidores saíram da Cinelândia e foram até a sede da
Procuradoria da República no Rio.
Hoje também representantes de órgãos do MPU e do Poder
Judiciário estiveram com políticos da bancada paraibana no Congresso Nacional
para mostrar a situação remuneratória dos servidores e ressaltar a necessidade
de corrigir distorções e de valorizar a carreira de servidor.
A assessoria de comunicação da Procuradoria Regional da
República na 2ª Região (RJ/ES) informou, em nota, que se solidariza com os
servidores “pela justa reivindicação de melhoria remuneratória e valorização
das carreiras de apoio técnico e jurídico”.
De acordo com a assessoria, a proposta orçamentária da
instituição para 2015, aprovada pelos procuradores-gerais do MPU e encaminhada
ao Poder Executivo, pede a reestruturação das carreiras dos servidores, e isso
está sob análise do Congresso. “Espera-se que Legislativo e Executivo se
sensibilizem para esta justa reivindicação, com vistas à melhoria dos serviços
prestados pelo Ministério Público, a bem da sociedade”, conclui a nota.