Antonio Temóteo
Estado de Minas
- 03/05/2015
Neste ano, o Executivo gastará o equivalente a 9,16% do
Produto Interno Bruto (PIB) para custear benefícios para empregados da
iniciativa privada, servidores públicos federais e militares
Brasília – Pagar uma aposentadoria digna aos trabalhadores
será um desafio cada vez maior para o governo nos próximos anos. Neste ano, o
Executivo gastará o equivalente a 9,16% do Produto Interno Bruto (PIB) para
custear benefícios para empregados da iniciativa privada, servidores públicos
federais e militares. Como a arrecadação do governo é insuficiente para honrar
essas despesas, o rombo previdenciário chegará a pelo menos R$ 138 bilhões
neste ano, com base nas estimativas previstas no Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (PLDO) de 2016, encaminhado pelo Ministério do Planejamento ao
Congresso Nacional.
Essa necessidade de financiamento corresponde a 2,36% da
geração de riquezas no país. A situação tende a ser mais dramática porque os
brasileiros não estão preocupados em poupar na fase ativa. A queda na renda é
brutal quando se pendura a chuteira, sobretudo para aquele que sempre ganhou
acima do teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), hoje em R$
4.663,75, e nunca fez economias para ter uma velhice tranquila. A preocupação
deve estar no radar dos brasileiros porque o número de idosos deve crescer à
taxa de 4% ao ano.
Além do processo de envelhecimento acelerar nos próximos
anos, os brasileiros estão mais longevos. A expectativa de vida, que atualmente
chega a 75,4 anos, é projetada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em 80,6 anos em 2050. Pelas projeções atuarias do Executivo, situação
será dramática daqui a 35 anos quando as filas para atendimento nas agências da
Previdência Social serão ainda maiores que as de hoje. O governo terá uma
despesa que equivalerá a 13,35% do PIB para custear benefícios para empregados
da iniciativa privada, servidores e militares.
O buraco do INSS (em R$ bilhões)
Nos próximos anos, vai diminuir o número de contribuintes e
aumentar o total de beneficiários. Confira a evolução do déficit da Previdência
2015 66,7
2016 81,0
2017 86,5
2018 87,9
2019 98,5
2020 110,3
2030 333,2
2040 1.040,5
2050 2.933,4
Longevidade
Brasileiros viverão cada vez mais nos próximos anos,
tornando o sistema previdenciário mais frágil
2015 75,44
2016 75,72
2017 75,99
2018 76,25
2019 76,50
2020 76,74
2030 78,64
2040 79,98
2050 80,69
Fontes: PLDO de 2016 e IBGE