Congresso em Foco
- 28/12/2015
Dos 3 mil cargos que seriam extintos por Dilma, só 346 foram
cortados até agora. A anunciada redução do salário da presidente e do vice
também não ocorreu. Apenas cinco secretarias foram eliminadas, informa O Globo
A reforma administrativa anunciada pela presidente Dilma
Rousseff no começo de outubro mal saiu do papel. Segundo reportagem do jornal O
Globo, dos 3 mil cargos de confiança que seriam extintos pela presidente,
apenas 346 foram cortados, ou seja, cerca de 10%. A prometida redução do
salário de Dilma e de seu vice, Michel Temer, de R$ 30,9 mil para R$ 27,8 mil,
também não ocorreu até agora. A diminuição de cargos de confiança e de
ministérios foi anunciada como medida necessária para cobrir o déficit de R$
30,5 bilhões previstos na ocasião no orçamento de 2016.
Com a reforma, o governo pretendia economizar R$ 200
milhões. Mas, até agora, a economia foi de R$ 16,1 milhões, informa O Globo.
Principal marca da reforma administrativa, a redução de ministérios foi tímida.
Inicialmente o governo planejava cortar dez pastas. Mas anunciou a redução de
oito, o que fez cair de 39 para 31 o número de ministérios por meio de fusões e
incorporações de 11 estruturas. Até agora, no entanto, apenas cinco secretarias
foram realmente extintas, de acordo com o jornal.
A reportagem mostra que, logo após anunciar o enxugamento, o
governo ampliou o espaço do PMDB no ministério, entregando ao partido as pastas
da Saúde e da Ciência e Tecnologia. Também passou ao PDT, que comandava o
Ministério do Trabalho, a pasta das Comunicações, com maior estrutura. Além
disso, Dilma deu mais cargos de segundo escalão para o PR, o PRB e o PP, o que
diminuiu a possibilidade de cortes mais profundos. Dos 346 cargos extintos, 216
tinham perfil essencialmente técnico e faziam parte do Ministério do
Planejamento.
Segundo O Globo, o governo explica que a redução dos
salários de Dilma e Temer depende da aprovação de um decreto legislativo pelo
Congresso Nacional, o que ainda não ocorreu. Em relação aos demais cortes, a
explicação é que, diante do risco do avanço do processo de impeachment, a
presidente teve de negociar cargos com aliados em troca de apoio na Câmara.
Leia a reportagem de O Globo na íntegra