Agência Brasil
- 24/01/2016
Com a suspensão de autorizações para concursos em 2016,
medida integrante do ajuste fiscal do governo federal, os interessados em uma
vaga no serviço público ficaram com menos opções para conquistar o sonho da
estabilidade profissional. Mas ainda há oportunidades de tentar obter a
aprovação. Os processos seletivos federais que já haviam sido autorizados em
2015 são uma delas. No momento, há dois com inscrições abertas e um com edital
previsto para o primeiro semestre.
Juntas, as três seleções federais totalizam 1.970 vagas. Até
28 de janeiro, estão abertas as inscrições para 600 vagas de nível médio e
superior no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com prazo
mais folgado, até 22 de fevereiro, outra oportunidade são as 950 vagas também
de nível médio e superior do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por
fim, a Fundação Nacional do Índio (Funai) foi autorizada a realizar processo
seletivo a fim de preencher 220 vagas.
Ainda como alternativa estão as seleções de órgãos e
entidades que não dependem da autorização do governo federal. O Ministério do
Planejamento informou que autoriza concursos para ministérios, autarquias e
fundações. As seleções do Judiciário, estados, municípios e empresas públicas,
por exemplo, não são reguladas pela pasta. Segundo Alexandre Crispi,
diretor-presidente do grupo de preparação para concursos e vestibulares Alub,
há boas chances entre essas opções em 2016.
“Temos previstos concursos dos Correios, do Banco do Brasil
e da Caixa Econômica [enquadram-se na categoria empresas públicas, não afetadas
pela suspensão]”, destaca. De acordo com ele, anualmente são ofertadas no país
cerca de 120 mil vagas em concursos, entre seleções federais, estaduais e
municipais. Este ano, com a suspensão das seleções federais, Crispi estima que
o número caia para 90 mil vagas. Ele admite que a redução espantou alguns
alunos, causando queda de 15% a 20% no número de matrículas. No entanto,
segundo ele, a debandada foi de estudantes com menos conhecimento e hábito em
relação à dinâmica dos concursos públicos.
“Aquele aluno mais imaturo, que não entende de concurso,
realmente não está estudando. Ele acredita, erroneamente, que dá para se
preparar para um concurso em três meses ou quando abre um edital. Mas os cursinhos
mantiveram o estudante profissional, que sabe que tem que se preparar com uma
antecedência de seis meses a um ano. Eles estão conscientes de que o melhor
momento para se preparar é agora. Quando voltar à normalidade, estarão muito
melhores que os outros.”
O governo federal anunciou a suspensão de novos concursos
públicos em setembro do ano passado, dentro de pacote com várias medidas para
redução de gastos e aumento da arrecadação tributária em 2016. Na ocasião, o
governo estimou que pouparia R$ 1,5 bilhão apenas com a medida relativa aos
concursos. Além de estarem mantidas as seleções que já haviam sido autorizadas
em 2015, o Planejamento informou, por meio de nota, que pode haver exceção no
caso de autorizações para novos concursos visando a substituição de
terceirizados. As nomeações também estão asseguradas.