BSPF - 14/05/2016
O ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, foi vaiado
hoje (13) em encontro com servidores da Cultura. Em um auditório lotado,
servidores criticaram a fusão da pasta com a Educação. "Me explica, por
favor, como acaba um ministério sem falar com servidor", gritavam em coro.
Mendonça Filho tentou acalmar os funcionários, garantindo a
continuidade das políticas desenvolvidas pela pasta, mas, após cerca de 30
minutos de discurso, depois de ser interrompido várias vezes, parou de falar e
disse que iria concluir.
O ministro informou aos servidores que todas as entidades
vinculadas à pasta serão mantidas. Ele citou uma a uma. entre elas o Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de
Museus (Ibram) e Agência Nacional do Cinema (Ancine). Mendonça Filho disse
ainda que assegurará, por meio da secretária de Cultura, que será criada no
ministério a continuidade das políticas conduzidas pela pasta, como as
estabelecidas na Lei Rouanet (Lei 8.313/1991).
"Cultura sim, golpe, não", insistiam os servidores.
Houve um grupo que gostou das propostas e chegou a aplaudir, mas logo foi
sileciado pelas vaias.
O ministro reuniu-se mais cedo com os servidores do
Ministério da Educação. A conversa durou cerca de uma hora e foi mais tranquila
que na Cultura. Ele estava acompanhado de familiares e de Maria Helena
Guimarães de Castro, escolhida como secretária executiva. Maria Helena foi
secretária de Educação do estado de São Paulo e presidenta do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Filho
falou de valorização dos funcionários da pasta e disse que a gestão terá
"padrão Maria Helena".
Respeitada pelos funcionários do MEC, a menção a ela foi
acompanhada de aplausos. No fim do discurso, houve uma manifestação isolada:
"golpista". No MEC, Filho foi recebido pelo atual secretário
executivo, Luiz Cláudio Costa. Na última reunião com funcionários, o
ex-ministro Aloizio Mercadante disse que a gestão estaria à disposição para
orientá-lo em relação ao que está sendo desenvolvido, de modo que os projetos
não sejam interrompidos e prejudique os estudantes.
História do MEC
O MEC surgiuem 1930, no governo de Getúlio Vargas, quando
foi criado o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. Na época, a
pasta era vinculada à Saúde. Em 1953, no segundo período de Vargas, a Saúde
ganhou autonomia e surgiu o Ministério da Educação e Cultura, retomado agora
pelo presidente interino Michel Temer.
Em 1985, com José sarney, foi criado o Ministério da
Cultura. Em 1992, lei federal transformou o MEC no Ministério da Educação e do
Desporto. Somente em 1995, a instituição passou a ser responsável apenas pela
área da educação.
Fonte: Agência Brasil