Nelson Lima Neto
Jornal Extra
- 26/06/2016
Após a revelação feita pela Polícia Federal (PF), na
quinta-feira, durante a 18ª fase da Operação Lava Jato, a respeito de um
esquema de desvio de dinheiro envolvendo empréstimos consignados de servidores
federais (entre 2010 e 2015), a coluna foi atrás dos dados atuais sobre os
acordos feitos entre funcionários públicos e seus respectivos bancos. Segundo o
Ministério do Planejamento, hoje, existem 4,6 milhões de rubricas sobre
consignações registradas em folhas de pagamento, sendo que uma pessoa pode ter
mais de um contrato, caso o limite de comprometimento da renda, de 35%, seja
respeitado.
O Planejamento afirmou, ainda, que não há como calcular os
valores descontados dos vencimentos dos servidores e repassados aos bancos.
Segundo o ministério, os contratos são feitos entre as partes. A participação
do governo é no gerenciamento dos contratos e no controle dos limites de
endividamento.
Segundo a PF, o esquema foi montado na gestão de Paulo
Bernardo, ministro do Planejamento de 2006 a 2011, e envolvia a empresa Consist
(contratada para gerenciar os consignados). Cobrava-se um real de cada servidor
por empréstimo, dos quais R$ 0,30 pagavam o serviço e R$ 0,70 eram para
propina. Entidades que representam o funcionalismo já cogitam cobrar o valor
desviado na Justiça.