BSPF - 13/06/2016
Mais de dois mil servidores vão parar por dois dias em
protesto contra a mudança de nome e de status da antiga Controladoria-Geral da
União (CGU), que se transformou em Ministério da Transparência, Fiscalização e
Controle no governo Temer
Foi aprovado neste sábado (11) uma paralisação de 48h, na
terça (14) e na quarta-feira (15), dos servidores do Ministério da
Transparência. A greve é um protesto contra a mudança de nome da
Controladoria-Geral da União (CGU), que se tornou a Pasta da Transparência, e
também contra a retirada do órgão da vinculação direta à Presidência da
República. Essa é a primeira paralisação a ser enfrentada pelo governo Temer.
A paralisação foi aprovada em consulta aberta que contou com
a participação de 989 servidores. Decidiu-se rejeitar, por ampla maioria (71%),
a proposta do governo de recuperar o nome CGU acrescido da expressão
“transparência”, sem retorno à Presidência da República.
“Até agora as propostas que do governo foram muito tímidas.
São respostas genéricas e que não aparentam firmeza. A paralisação é para
chamar atenção para a gravidade do problema e para a insatisfação da CGU com as
mudanças impostas pelo governo”, explicou Filipe Leão, diretor da Unacon,
sindicato que representa a categoria, ao Congresso em Foco.
A mobilização dos servidores da antiga CGU já pressionou o
Palácio do Planalto e gerou a demissão do ex-ministro Fabiano Silveira –
flagrado em conversa gravada orientando o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado a se defenderem na
Operação Lava Jato.
Novo ministro indicado por Temer, Torquato Jardim, também
não agradou os servidores desde sua chegada ao ministério. Em vídeo, ele
informou aos funcionários que “quem tiver uma incompatibilidade insuperável de
qualquer tipo, de qualquer circunstância [com o governo Temer], com certeza
terá a dignidade de pedir espontaneamente a sua exoneração”. Torquato afirmou
ainda que os trabalhos no ministério pressupõem “compatibilidade política,
filosófica e ideológica de cada qual com o governo de transição” de Temer.
Fonte: Congresso em Foco