Blog do Vicente
- 25/08/2016
Diante da recomendação do Palácio do Planalto para que o
Congresso segure a votação dos projetos de lei que reajusta os salários de
servidores, os auditores da Receita Federal decidiram retomar a mobilização
para pressionar o governo e o Congresso. A promessa é de não dar sossego até
que o aumento de 27,9% e o bônus de eficiência sejam aprovados.
Segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal
(Sindifisco), a pressão começará a partir de segunda-feira, 29, por meio de uma
operação padrão em portos, aeroportos e zonas de fronteira. Para tumultuar, os
auditores farão pente-fino em todos os carregamentos que chegam ao Brasil,
exceto em casos de equipamentos hospitalares, insumos laboratoriais, remédios,
perecíveis e translados.
A decisão sobre o movimento foi tomada em assembleias
realizadas nos dias 22 e 23. A operação padrão vai se estender até sexta feira,
2 de setembro. Mas pode ser prorrogado caso os auditores percebam que não serão
contemplados com o reajuste e o bônus.
O projeto de lei prevendo os benefícios foi acertado ainda
no governo de Dilma Rousseff, mas só foi enviado ao Congresso pela
administração de Michel Temer, depois de uma pressão enorme. Além de
suspenderem vários serviços, causando transtornos à população, os auditores
invadiram o gabinete do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Na semana passada, porém, o Planalto orientou os líderes da
base aliada a suspenderem qualquer votação referente a reajustes a servidores.
Além dos auditores, estão na lista das pendências esperando pelo aval do
Congresso os policiais federais e os policiais rodoviários federais.
“Infelizmente, percebemos que as coisas acontecem somente
quando a classe se mobiliza. É desgastante e incômodo, mas, por causa das
promessas descumpridas, esse foi o único caminho que restou”, diz Cláudio
Damasceno, presidente do Sindifisco Nacional.
Por Hamilton Ferrari