Jornal Extra
- 25/08/2016
A intenção do governo federal de acabar com a paridade de
vencimentos entre os servidores e os aposentados — quando os reajustes
concedidos aos ativos não precisam mais ser aplicados aos inativos e aos
pensionistas, que passam a ter apenas a correção da inflação do período — foi
criticada por entidades de classe do funcionalismo. O desejo de mudança foi
antecipado pelo “O Globo”, ontem. E, segundo a Confederação dos Trabalhadores
no Serviço Público Federal (Condsef), por exemplo, a desvinculação das
correções salariais poderá causar uma diferença de até 35% nos vencimentos.
— É mais um ataque ao funcionalismo. Essa desvinculação já
acontece com quem entrou no serviço público após 2003 (graças à Emenda
Constitucional 41, que alterou as regras de aposentadoria do funcionalismo).
Agora, a União quer alterar um direito de funcionários anteriores a esse
período, o que é questionável — disse Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral
da Condsef, ao EXTRA.
A intenção do governo é diminuir o peso de reajustes futuros
sobre as aposentadorias. A justificativa cita que, com os aumentos oferecidos
entre 20110 e 2015, o peso dos benefícios dos inativos aumentou de forma
“descontrolada”. Procurada, a Casa Civil, que está à frente dos estudos sobre
mudanças na Previdência, de forma geral, não se manifestou a respeito da
intenção. O ministro-chefe Eliseu Padilha já declarou que é “prioridade” a
discussão da reforma (para a iniciativa privada) ainda este ano (podendo incluir
questões ligadas ao serviço público). A Condsef e outras entidades prometem
lutar contra.