Diário de Pernambuco
- 01/08/2016
O setor público está dispensando, principalmente, pessoas
que ocupam cargos comissionados
O desemprego se alastrou de tal forma que nem o setor
público está sendo poupado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) mostram que, nos 12 meses terminados em junho, prefeituras,
governos estaduais e a União demitiram 155 mil pessoas. A maioria delas regidas
pela CLT, ou seja, sem estabilidade. Apesar dessas demissões, o setor público continua
inchado. Nos últimos anos, estados e municípios abarrotaram suas estruturas com
indicados políticos. Tanto que a maior parte deles ou está no limite ou acima
do teto de gasto com pessoal permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF).
O setor público está dispensando, principalmente, pessoas
que ocupam cargos comissionados. Segundo José Matias-Pereira, professor de
administração pública da Universidade de Brasília (UnB), o número de empregados
deve recuar ainda mais. "Com a crise fiscal, os gestores tendem buscar uma
rigidez, até devido a LRF", destacou. Apesar das demissões, o rendimento
médio dos funcionários públicos aumentou 2,1% nos últimos 12 meses. O salário
médio ficou em R$ 3.137 no trimestre que vai de abril a junho de 2016, contra
R$ 3.074 no mesmo período do ano passado.
Para Matias-Pereira, a alta se deve às correções salariais
feitas acima da inflação pelos governos federal, estaduais e municipais.
"Num contexto de crise, esses reajustes acabam se refletindo nesses dados.
Mas, em determinado momento, os administradores vão ter que fazer as reformas
necessárias para que o setor público funcione de forma eficiente",
observou