BSPF - 19/08/2016
Caso ficou conhecido após a divulgação de áudios em que o
senador Hélio José, responsável pela indicação do novo superintendente da SPU,
disse que põe a “melancia” que quiser no cargo. Órgão é vinculado à pasta
comandada por Dyogo Oliveira
O ministro do Planejamento, Dyogo Nogueira, é alvo de uma
representação protocolada nesta quinta-feira (18) na Comissão de Ética Pública
da Presidência da República em função de suposta negociação envolvendo a
superintendência da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) no Distrito
Federal. O caso ficou conhecido após a divulgação de áudios em que o senador
Hélio José (PMDB-DF), responsável pela indicação do novo superintendente do
órgão, diz que põe a “melancia” que quiser no cargo e que quem não “estiver com
ele” pode “cair fora”.
A representação é assinada pela deputada Érika Kokay
(PT-DF), que pede a comissão que investigue denúncia de violação ao Código de
Conduta por parte do ministro, uma vez que o órgão em questão é vinculado à
pasta. “Vimos a coisa pública sendo negociada como se propriedade fosse, em
choque frontal com os princípios Constitucionais da moralidade e da
impessoalidade que devem reger a administração pública”, diz a deputada na
representação.
“Extrai-se da fala do senador, que por questões políticas
que não se pode precisar, o ministro delegou a ele total e irrestritos poderes
para gerir a SPU/DF, sem observar critérios técnicos mínimos inerentes ao
órgão”, acrescenta Kokay.
A fala de Hélio José foi gravada durante a apresentação do
novo superintendente da secretaria, Francisco Nilo Gonsalves Junior – que foi
seu assessor no Senado - aos servidores da SPU. O nome de Francisco Nilo foi
questionado por um grupo de funcionários do órgão. Os servidores alegam que o
novo superintendente é dono de uma imobiliária particular — característica
considerada conflituosa para um gestor da SPU, que gerencia as terras da União.
Em nota, o senador afirmou que Francisco Nilo é um
profissional autônomo e não detém propriedade de empresa no ramo imobiliário
Procurado pela reportagem, o Ministério do Planejamento
ainda não se pronunciou sobre a representação contra o chefe da pasta.
Fonte: Congresso em Foco