Blog do Vicente
- 16/08/2016
Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico do
Ministério da Fazenda, provocou polêmica em depoimento hoje na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ao defender a necessidade de aprovação da
Proposta da Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos
públicos à inflação do ano anterior, disse que, para dar exemplo, o Senado
deveria começar cortando os supersalários de seus funcionários.
“O senhores ficam falando que o governo não pode cortar
gastos com saúde e com educação para se fazer o ajuste fiscal. Pois a melhor
forma de se fazer o ajuste é começando por esta Casa, na qual um consultor
legislativo ganha mais do que o teto do funcionalismo (R$ 33 mil), além de
horas extras se permanecerem no trabalho depois das 19h. É hora de se discutir
isso”, afirmou ele, em meio a um silêncio ensurdecedor dos senadores que o
sabatinavam.
Mansueto, visto como uma das referências dentro da equipe
chefiada por Henrique Meirelles, afirmou ainda que não é aceitável que um
assessor parlamentar do Senado ganhe R$ 18 mil por mês enquanto ele, como
secretário, recebe R$ 11 mil (o salário final é maior, porque é funcionário de
carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea). “Já trabalhei
nesta Casa e sei quais são os salários aqui”, frisou.
Para o secretário, o governo deve priorizar uma reforma
estrutural das carreiras do serviço público para corrigir distorções. “Com
certeza, essa reforma será muito bem-vinda”, assinalou. A maior distorção
ocorre no salário de entrada das pessoas aprovadas em concurso. Muitos,
sobretudo na elite do funcionalismo, entram recebendo praticamente o que é pago
aos servidores que estão em fim de carreira. Assim, não há a meritocracia, os servidores
se desmotivam e quem paga a conta é a sociedade, por meio de um péssimo serviço
prestado.
Por Rosana Hessel