Jornal do Senado
- 18/10/2016
Representantes da Federação Nacional dos Sindicatos dos
Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps)
protestaram ontem, em audiência na Comissão de Direitos Humanos (CDH), contra o
aumento abusivo das contribuições cobradas pela Geap Autogestão em Saúde, a
operadora de plano de saúde mais comum entre os servidores públicos federais.
Eles também criticaram a ingerência e a indicação política de pessoas
incapacitadas para assumir cargos dentro da operadora de planos de saúde.
Diretora da Secretaria de Seguridade Social da Fenasps, Cleuza Maria Faustino,
afirmou que o governo vem demitindo todos os gerentes regionais da empresa para
empregar apadrinhados políticos.
— A Geap acabou com o controle social nos
estados. Tínhamos conselhos regionais que contribuíam para levar as
reivindicações dos assistidos até a empresa — explicou. Diretora da Secretaria
de Aposentados da Fenasps, Ana Luísa Dal Lago afirmou que os trabalhadores não
podem permitir que a Geap faça novo reajuste e que expulse do plano o restante
dos contribuintes. Ela afirmou que, se não houvesse corrupção e desvio de
verba, não seria necessário um reajuste tão alto como o que foi feito em 2016.
— Pedimos ajuda tanto na questão do aumento quanto para acabar com a ingerência
dos governos dentro da Geap.
Representando a operadora, Adilson Moraes da
Costa, afirmou que a Geap luta diariamente para oferecer o menor reajuste de
preço. Ele explicou que a entidade não tem fins lucrativos e o que arrecada é
para pagar os custos assistenciais. Segundo Costa, em 2016 os beneficiários
tiveram que arcar com reajuste maior da contribuição em função da própria
inflação dos custos médicos, multas e ações judiciais. A diretora de Controle
de Qualidade da Geap, Luciana Carvalho, ressaltou que 49% dos beneficiários
estão na faixa etária acima de 59 anos, o que aumenta os custos.