BSPF - 12/10/2016
Uma vez que o privilégio é institucionalizado, a anomalia
vira uma espécie de dogma religioso. Embalado pela vitória na votação do
primeiro turno da emenda do teto de gastos, Michel Temer promete enfrentar uma
doutrina que parece imutável: ''Não haverá mais distinção entre a Previdência
geral, dos trabalhadores, e a Previdência pública, dos trabalhadores do serviço
público”, disse o presidente, em entrevista. “Nós temos que igualar isso, e
esse é um ponto que já está definido.''
Deve-se louvar a disposição de Temer. Sobretudo se
consideradas suas limitações. Em 1994, Fernando Henrique Cardoso elegeu-se
brandindo um programa que incluía a reforma da Previdência Social. Entregou um
arremedo do que prometia. Sem delegacão popular, Temer revela-se mais
ambicioso. Acena com a hipótese de mexer até em vespeiros como as aposentorias
de políticos e militares. Hummm…
Na Previdência geral, o teto da aposentadoria é de R$ 5.189.
Na pública, é diferente. Michel Temer, por exemplo, aposentou-se em 1996, aos
55 anos. Hoje, conforme revelou o repórter Elio Gaspari, recebe R$ 30.600 como
procurador inativo do Estado de São Paulo. Ah, que país maravilhoso será o
Brasil se o presidente Temer conseguir eliminar privilégios semelhantes ao que
é desfrutado pelo aposentado Temer!
Fonte: Blog do Josias de Souza