BSPF - 19/11/2016
Professores das universidades federais do Ceará (UFC) e do
Cariri (UFCA) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (Unilab) decidiram hoje (18), em assembleia, decretar greve por
tempo determinado em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
55, que limita gastos do governo federal por 20 anos.
A paralisação vai começar na próxima terça-feira (22) e deve
se estender até dia 13 de dezembro, quando está prevista a votação da PEC no
Senado. Os docentes se unem aos movimentos dos servidores técnico-administrativos,
que decretaram greve no dia 27 de outubro, e dos estudantes da UFC, que ocupam
espaços dos campi da universidade desde o dia 4 de novembro. Na UFCA, a
ocupação dos estudantes começou na semana seguinte.
A proposta de fazer greve até a votação da PEC 55 veio após
os professores rejeitarem a deflagração de greve por tempo indeterminado em
plebiscito realizado nos dias 30 de outubro e 1º de novembro. Na assembleia
desta sexta-feira, 211 docentes votaram a favor da paralisação e 190, contra.
De acordo com o professor Leonardo Monteiro, presidente do
Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc), o
objetivo da greve é intensificar a mobilização pela não-aprovação da PEC 55.
“Esperamos que toda essa mobilização nacional tenha efeitos
positivos na tramitação da PEC 55, que afeta diretamente os investimentos na
educação pelos próximos 20 anos e vai ser um retrocesso no ensino, pesquisa e
extensão, impactando toda a ciência, o ensino e a tecnologia no país por esse
longo período de tempo. Buscamos sensibilizar não só a comunidade
universitária, mas toda a sociedade, pois esses impactos serão negativos para
toda a população, já que a universidade é um centro de estudos, informações e
de tecnologia.”
A Adufc vai comunicar oficialmente os reitores das
universidades até terça-feira, quando será instalado o comando de greve.
PEC
A chamada PEC do Teto de Gastos tem o objetivo de limitar o
crescimento das despesas do governo pelos próximos 20 anos. O governo argumenta
que a medida é necessária para reequilibrar as contas públicas nos próximos
anos e impedir que a dívida do setor público, que atingiu 70% do Produto
Interno Bruto (PIB) em agosto deste ano, aumente.
Diferentemente de outras áreas, as áreas de saúde e educação
tiveram o limite traçado pelo mínimo a ser gasto e não o máximo das despesas.
Em 2017, os dois setores não estarão sujeitos à limitação de gastos, apenas a
partir de 2018, segundo o governo.
Fonte: Agência Brasil