Agência Brasil
- 09/12/2016
De 2003 a 2016, 6.130 servidores foram expulsos do serviço
público, 65% deles envolvidos em casos de corrupção, segundo balanço divulgado
hoje (9) pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral
da União (CGU). Apenas em 2016, foram 471 expulsões de servidores, além de
1.104 empresas privadas punidas por irregularidades, 30 delas envolvidas no
esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
De janeiro a junho deste ano, as ações de combate à
corrupção resultaram em uma economia de R$ 952 milhões aos cofres públicos.
Segundo a CGU, desde 2012, foram economizados R$ 15,9 bilhões com a diminuição
de desperdícios, aumento da eficiência e o retorno de recursos com aplicações
indevidas.
Segundo o secretário executivo e ministro substituto da
pasta, Wagner Rosário, desde 2003, foram realizadas 247 operações contra a
corrupção, que identificaram atos que resultaram em prejuízo de R$ 40 bilhões
aos cofres públicos. Na maioria dos casos, os desvios estavam ligados às áreas
de saúde e educação e em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH).
De acordo com a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), os custos da corrupção superam 5% do Produto
Interno Bruto (PIB) global por ano, e chegam a US$ 2,6 trilhões. Já o Banco
Mundial calcula que a perda mundial com a corrupção seja de cerca de US$ 1
trilhão por ano.
No Brasil, segundo Rosário, a corrupção está diretamente
ligada à desigualdade e alimenta o ciclo vicioso da pobreza. “O cidadão não se
sente parte da sociedade e isso faz com que a corrupção se torne um ciclo e
esse ciclo condena as pessoas ao subdesenvolvimento, a não ter suas metas
educacionais e de saúde atingidas”, disse o secretário durante a divulgação dos
dados por ocasião do Dia Internacional Contra a Corrupção. “É um mal que ocorre
em todos os países, mas são mais severos em países em desenvolvimento, que é o
caso do Brasil”, acrescentou.
Concurso de boas práticas
Durante o evento, também houve a premiação do 4º Concurso de
Boas Práticas, que reconhece as iniciativas do Executivo Federal que contribuem
para a melhoria da gestão pública, em cinco categorias: aprimoramento das
auditorias internas; fortalecimento dos controles internos; aprimoramento das
atividades de ouvidoria; promoção da transparência ativa e/ou passiva; e
aprimoramento das apurações disciplinares e de responsabilização de entes privados.
Entre as iniciativas premiadas nesta edição estão a
“Otimização da Fiscalização de Faturas dos Agentes Financeiros do FIES por meio
de Software de Código Aberto – FisFa”, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação; o “IFCE em Números: ferramenta para suporte às ações de permanência e
êxito discente”, do Instituto Federal do Ceará; e “O processo administrativo
disciplinar digital”, da Secretaria da Receita Federal do Brasil.