Jornal Extra
- 17/04/2017
Brasília - Como uma forma de compensar os recuos do governo
na reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Arthur Maia
(PPS-BA), vai endurecer as regras para os servidores públicos. Segundo técnicos
ligados às negociações, o relatório de Maia acaba com a paridade (reajustes
salariais iguais para ativos e inativos) e integralidade (benefício integral)
para quem ingressou no serviço público até 2003. Quem entrou depois dessa data
já não tinha mais direito a esses benefícios.
Pelo texto original enviado ao Congresso pelo Executivo, um
homem com 50 anos de idade e 32 anos de contribuição, por exemplo, poderia se
aposentar aos 54 anos e meio, com benefício integral. Agora, ele terá que
esperar completar 65 anos.
Em contrapartida, policiais federais e civis e professores
terão regras mais amenas. Enquanto os demais servidores terão que atingir idade
mínima de 65 anos para se aposentar, no fim da fase de transição (que vai durar
20 anos), essas categorias poderão requerer o benefício aos 60 anos. O piso das
idades mínimas progressivas para policiais e professores serão mais baixos, de
45 anos e de 50 anos. Para as outras carreiras do serviço público, o piso
começará com 55 anos (mulheres) e 60 anos (homem) - que já são as idades
mínimas atuais.
Além disso, policiais e professores intensificaram os
lobbies nos últimos dias para manter paridade e integralidade. Os detalhes do
relatório serão fechados ainda nesta segunda-feira.
(Geralda Doca - O Globo)