Agência Brasil
- 27/11/2017
O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União
(CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagraram nesta segunda-feira (27) a Operação
Controle Institucional, com o objetivo de investigar servidores da própria CGU
suspeitos de oferecer intermediações indevidas e auxílio na defesa no órgão de
controle em troca de “vantagens financeiras”. De acordo com a CGU, a
investigação foi iniciada em julho, após denúncia encaminhada à CGU durante uma
fiscalização na cidade paraense de Itaiatuba. Essa fiscalização ocorreu durante
o 4º ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos.
Por meio de nota, a CGU informou ter como alvo dois
servidores de seu quadro no Pará. Eles teriam se valido do cargo “para obter
informações sobre trabalhos de auditoria e, posteriormente, atuar junto aos
representantes dos municípios com a promessa de influência nas constatações dos
relatórios e auxílio nas respostas a serem encaminhadas ao órgão de controle”.
Ao ser informada dessa ocorrência, a CGU deu início a
apurações internas e acionou a PF para auxiliá-la nas investigações, que
consistiam no monitoramento dos acessos aos arquivos de trabalho do órgão e na
quebra do sigilo telefônico desses servidores.
Um ex-vice-prefeito de Abaetetuba é, segundo a CGU, alvo da
operação deflagrada hoje. De acordo com os investigadores, ele teria a função
de fazer um primeiro contato entre os servidores suspeitos da CGU e gestores de
pelo menos dois municípios do estado: Cametá e São Félix do Xingú.
Na mesma nota em que comunica a Operação Controle
Institucional, a CGU apresenta também esclarecimento no qual lamenta o
envolvimento de seus servidores da carreira de Finanças e Controle nas
irregularidades, e destaca ter participado “ativamente” das investigações, além
de ter dedicado “o mesmo zelo, compromisso e rigor técnico com que atuou em
mais de 300 operações especiais realizadas em conjunto com os demais órgãos de
defesa do Estado, desde 2003”.
A CGU acrescenta que “os dois servidores nunca exerceram
cargos de coordenação e direção no órgão, não tendo, portanto, competência de
supervisão e revisão de relatórios de auditoria e fiscalização em municípios”.
O envolvimento dos servidores será objeto de procedimento administrativo
disciplinar.