Correio Braziliense
- 28/11/2017
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, decidiu se encontrar
com os manifestantes e ouvir suas demandas. Categoria avalia se adere à greve
geral do dia 5
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, decidiu
receber, às 18h, representantes dos servidores públicos federais que, desde as
9h desta terça-feira (28/11), protestam contra a reforma da Previdência (PEC
287) e o pacote de medidas que adia os reajustes e eleva a contribuição
previdenciária da categoria (PEC 805).
Maia receberá seis representantes do Fórum Nacional
Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e do Fórum das Entidades
Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), entidades que organizam
o protesto.
O presidente da Casa tenta, assim, acalmar os ânimos dos
servidores, que não aceitam as mudanças propostas pelo governo federal na
aposentadoria da categoria. "Estamos aqui para denunciar este governo
corrupto que tirou R$ 20 milhões do nosso bolso e investiu em campanhas de
mídia para denegrir a imagem do serviço público brasileiro", afirmou
Rudinei Marques, presidente do Fonacate.
Um pouco antes das 16h, os fóruns iniciaram, no Espaço do
Servidor (bloco C da Esplanada), uma reunião onde ficou decidido que vão aderir
à greve geral de 5 de dezembro, convocada pelas centrais sindicais. Os
funcionários públicos federais pressionam para que os parlamentares não votem e
não a aceitem como os textos atuais das duas PECs.
Na avaliação dos líderes do movimento, o ato realizado pela
manhã foi bem sucedido, mas a categoria ainda "não aderiu como deve"
ao protesto. "A ficha ainda não caiu", disse um dos servidores
presentes, referindo-se ao impacto que as mudanças trabalhista e previdenciária
terão sobre o funcionalismo federal. Por isso, os presentes defendem a adoção
de uma agenda de mobilizações para informar melhor os funcionários públicos
federais.
Via N2 interditada
A manifestação dos servidores públicos federais começou por
volta das 9h em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados. Os participantes
chegaram a interditar a via N2, mas a Polícia Militar negociou com os líderes
do movimento e conseguiu a liberação do trecho por volta de 10h30.
De acordo com a PM, cerca de 1.500 pessoas participam. Já os
organizadores falavam em mais de 2 mil. Inicialmente, o movimento estava
marcado para ser realizado na Praça dos Três Poderes, mas teve o local
alterado.