BSPF - 10/03/2018
Mikael Tavares Medeiros, jovem de 19 anos, é responsável por
autorizar pagamentos que chegam a R$ 473 milhões por ano aos fornecedores do
ministério.
Brasília - O Ministério do Trabalho decidiu afastar da
função o rapaz de 19 anos que ocupa o cargo de gestor financeiro de contratos
da pasta. Mikael Tavares Medeiros, que acabou de terminar o ensino médio, era
responsável por autorizar pagamentos aos fornecedores do ministério. O
afastamento do jovem foi informado pelo Jornal da Globo.
Mikael Tavares Medeiros nunca foi gestor de nada, no setor
público ou privado. O emprego anterior dele foi de vendedor, numa loja de
óculos. O caso foi revelado nesta sexta-feira (9) pelo jornal “O Globo”.
O pai de Mikael Medeiros é aliado do líder do PTB, o
deputado federal Jovair Arantes, que teria sido o responsável pela indicação do
garoto ao Ministério do Trabalho. Cristiomário Medeiros é delegado da Polícia
Civil de Goiás e foi candidato derrotado a prefeito de Planaltina de Goiás, em
2016, pelo PTB.
Depois da repercussão do caso, o presidente nacional do PTB,
Roberto Jefferson, ainda nesta sexta-feira (9) pediu ao ministro do Trabalho,
Helton Yomura, que exonerasse Mikael Medeiros da coordenação da área de
recursos logísticos da pasta.
Roberto Jefferson disse em rede social que "errou quem
resolveu colocar um jovem inexperiente em um cargo importante no Ministério do
Trabalho". "Pedi ao Ministro que exonere esse rapaz", completou.
Gestor financeiro
Mikael Medeiros foi nomeado para o ministério em outubro do
ano passado para coordenar a área de recursos logísticos. A nomeação foi
assinada pelo então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB).
Dois meses após a contratação, Mikael mudou de função e
passou a ser gestor financeiro. O salário dele no ministério é de R$ 5.440. Um
dos contratos de responsabilidade de Mikael é com a empresa B2T – Business to
Technology.
Um dia depois de Mikael assumir a função, o ministério
liberou uma ordem de pagamento de R$ 22 milhões à empresa.
No ano passado, auditores da Controladoria-Geral da União
(CGU) recomendaram que a empresa e os responsáveis pelo contrato no Ministério
do Trabalho devolvessem R$ 4,6 milhões por causa de sobrepreço nos serviços.
O Ministério do Trabalho disse que a ordem de pagamento teve
o aval da Advocacia-geral da União (AGU) e que a contratação de Mikael não
levou em conta a idade do rapaz, mas sim a conduta ilibada para exercer o
cargo.
O ministério disse, ainda, que todos os pagamentos seguem
rígida rotina de checagem e conferência, e que os pagamentos à empresa B2T
seguiram os mesmos padrões.
Fonte: G1