BSPF - 25/04/2018
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
promete "reagir" caso o governo leve adiante a medida, que, segundo o
Planalto, economizaria R$ 5 bilhões
Representantes dos servidores públicos federais dizem que
estão dispostos a reagir caso o governo adie para 2020 o reajuste salarial da
categoria. O aumento está previsto para o ano que vem, mas o governo considera
postergar a medida, com o argumento de que ela é necessária para evitar a
paralisação da máquina.
"Eu acho que estão tentando gerar frases de impacto
para continuar com a mesma cantilena de que o servidor público gera
despesas", afirma Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que classifica a medida
como "negativa" e afirma que, se o governo tentar adiar o reajuste
novamente, haverá reação por parte dos representantes do setor.
Segundo o governo, o deficit previsto para 2019 é de R$
254,3 bilhões. No último sábado, os ministros da área econômica Esteves Colnago
(Planejamento) e Eduardo Guardia (Fazenda) confirmaram que a medida está em
estudo e que, com a postergação do aumento, a expectativa é de economia de
cerca de R$ 5 bilhões. De acordo com Guardia, a decisão será tomada somente em
agosto, quando o governo encaminhará ao Congresso o Orçamento do próximo ano.
Para o presidente do Sindireta-DF, Ibrahim Yusef, a medida é
“precipitada”, já que haverá uma eleição e um novo governo a partir de janeiro.
"Não sabemos como vai ser a política salarial. Se vai ser de arrocho ou
não." Ele defende que a categoria mostre aos agentes políticos a real
necessidade de uma política de reajuste salarial, "inclusive para
repercutir na economia", disse. Na opinião de Yusef, os aumentos salariais
colocam a economia para girar e ajudam a reaquecê-la. "Se está havendo
recessão, o governo tem que achar uma forma de reaquecer a economia. Eu
acredito que eles estejam na contramão de tirar o país do atoleiro",
afirmou.
A última tentativa do governo de adiar o reajuste dos
servidores esbarrou no Supremo Tribunal Federal (STF). Por meio de uma liminar,
concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, a medida provisória (MP), editada
no fim do ano passado, que postergava o aumento de 2018 para 2019, foi
suspensa. A MP perdeu a validade no início de abril sem ser votada pelo
Congresso ou analisada pelo pleno do STF.
O ministro da Fazenda avalia que, mesmo com uma rejeição da medida pelo
Congresso atual, o cenário do próximo ano deve mudar e existe a possibilidade
de que o novo presidente aprove a proposta.
Fonte: Correio
Braziliense