Blog do Vicente
- 21/06/2018
Diante da enxurrada de liminares na Justiça, o Ministério do
Planejamento vai editar, na sexta-feira (22/06), uma portaria dando aos
servidores a opção de trabalharem em dias de jogos do Brasil. Quem quiser ir
para a repartição e ver as partidas lá poderá fazê-lo normalmente. Quem quiser
ver o jogo em outro lugar e, depois, ir para o trabalho, também terá essa
opção, mas desde que compense as horas.
Com essa decisão, o Planejamento quer uniformizar o
funcionamento do setor público. Não havia, segundo o ministério, como definir
tratamento diferenciado com base em liminares. Pela portaria anterior, o
Planejamento estipulava que, nos dias de jogos do Brasil pela manhã, os órgãos
federais só começariam a funcionar a partir das 13h. Nos dias de partidas na
parte da tarde, o expediente seria encerrado às 13h.
A meta do Planejamento, ao manter as repartições públicas
fechadas meio expediente em dias de partidas do Brasil era economizar. Mas
várias carreiras começaram a questionar a decisão. Foi o caso dos médicos
peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Eles recorreram aos
tribunais para ter liberdade de escolha. E saíram vitoriosos.
No entender do Planejamento, a nova portaria dará
racionalidade ao funcionamento do governo federal. Agora, o que todos estão se
perguntando é se as carreiras que recorreram à Justiça para trabalhar em dias
de jogos do Brasil realmente vão comparecer às repartições. De nada adiantará
fazer tanto barulho apenas para não compensar as horas não trabalhadas. Essa é
a impressão de muitos.
Tradicionalmente, a Esplanada dos Ministérios fica vazia em
dias de jogos do Brasil na Copa. O desejo de várias carreiras em trabalhar nos
horários das partidas pode estar vinculado ao desinteresse pelo campeonato
mundial, diante do péssimo momento vivido pelo país, com crise econômica,
política e ética.
Assim como os servidores estão exigindo trabalhar durante os
jogos do Brasil na Copa, é preciso que aqueles que também não têm interesse em
assistir as partidas possam ser atendidos pelas repartições públicas. Os
consumidores não podem dar com a cara na porta.