Correio Braziliense
- 25/10/2018
Caso saia vitorioso das urnas no domingo, Jair Bolsonaro vai
mexer com ministérios, agências reguladoras e estatais, em diversos escalões.
Nem os tribunais superiores devem escapar dos movimentos imaginados pela equipe
do candidato
Jair Bolsonaro (PSL) já prepara uma mexida grande na
Esplanada dos Ministérios, caso vença a eleição para presidente da República no
próximo domingo, cenário mais provável de acordo com as pesquisas de intenção
de voto.
O primeiro alvo são os cargos de primeiro e segundo escalão.
A ideia é remover dessas posições todas as pessoas que foram indicadas nas
gestões petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff. Isso não deve
se limitar a filiados ao PT, e que vieram para Brasília apenas para ocupar
cargos no governo. Afinal, praticamente todas essas pessoas já deixaram o
governo desde que Michel Temer assumiu o Planalto. Deverão sair dos cargos de
confiança também os técnicos, funcionários de carreira que foram escolhidos
para essas ou outras funções entre 2002 e 2016.
A equipe de Bolsonaro vem se reunindo frequentemente com
representantes do governo Temer, sob a coordenação do ministro-chefe da Casa
Civil, Eliseu Padilha. A ideia é mapear quais os nomes a serem substituídos,
para escolher quem ficará nesses cargos. Isso depende, porém, da decisão sobre
quais os cargos de confiança a serem mantidos. O grupo do militar da reserva
declarou a intenção de cortar 25 mil cargos de confiança, os chamados DAS
(direção e assessoramento superior). Mas só existem 22 mil dessas posições no
governo federal. Depois, se falou em eliminação de 20 mil dessas vagas.
A equipe do candidato do PSL combinou com o governo Temer
que não serão preenchidas vagas nas diretorias de agências reguladoras. Esses
cargos, com mandatos estabelecidos por lei, serão ocupados apenas com a
anuência do general da reserva Oswaldo Ferreira, provável indicação de
Bolsonaro para a pasta da Infraestrutura, a ser criada a partir da fusão dos
ministérios das Minas e Energia e Transportes, entre outros.
A Caixa Econômica Federal também é uma preocupação. Devem
seguir desocupadas quatro vice-presidências: Habitação, Governo, Corporativa e
de Fundos e Loterias, que inclui o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS). Os cargos seriam ocupados por pessoas escolhidas por “headhunters”,
depois de os titulares terem sido afastados em meio a investigações de
corrupção, mas Temer deve suspender as nomeações.
Outro patrimônio político a ser explorado pelo novo governo
são os assentos em conselhos de empresas estatais. Há nada menos do que 1.190
dessas posições, que rendem jetons de até R$ 20 mil por sessão. Um detalhe
importante é que esse valor não está sujeito ao teto de remuneração do
funcionalismo, por ser um rendimento privado. Também nesse caso, uma questão
anterior a ser resolvida é quanto das 138 estatais que existem atualmente serão
mantidas. Bolsonaro já anunciou que pretende eliminar todas as companhias
criadas em...
Leia a íntegra em Equipe de Bolsonaro planeja tirar todos os indicados do PT da Esplanada