Jornal Extra
- 05/11/2018
Nos três trimestres deste ano, 435 funcionários públicos
foram expulsos de órgãos e autarquias do governo federal, segundo dados da
Controladoria-Geral da União (CGU), a maioria por corrupção (64% do total). O
número total superou toda a série história iniciada em 2003, considerando o
período de janeiro a setembro. No ano passado, por exemplo, foram 355
desligamentos. Em 2018, portanto, a alta foi de 28,4% em relação a 2017. Até
então, o recorde tinha sido em 2015 (415 punições) nos primeiros nove meses do
ano.
Ao todo, já houve este ano 361 demissões de servidores
efetivos, 54 cassações de aposentadorias e 20 destituições de cargos
comissionados. Os dados, porém, não incluem os empregados de empresas como
Petrobras, Correios e Caixa Econômica Federal.
Segundo a CGU, atos relacionados à corrupção foram
responsáveis por 279 expulsões. Já abandono de função, falta de assiduidade ou
acumulação ilícita de cargos motivaram 116 desligamentos. Houve ainda
afastamentos por negligência e a participação em gerência ou administração de
sociedade privada.
Desde 2003, mais de sete mil expulsos
Ainda de acordo com o órgão, desde 2003, foram expulsos
7.149 funcionários federais. Desse universo total, foram 5.956 demissões; 603
cassações de aposentadorias e 590 afastamentos de funções comissionadas. O
maior número de punições aconteceu no Rio (1.279 casos), no Distrito Federal
(844) e em São Paulo (801).
As áreas mais prejudicadas foram o Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário, que absorveu o INSS, o Ministério da Educação
e o Ministério da Segurança Pública, que assumiu órgãos relacionados ao combate
à criminalidade que eram vinculados ao Ministério da Justiça.
Considerando-se o número de penalidades aplicadas a cada
grupo de mil trabalhadores, os estados com maior número de expulsões, nos
últimos cinco anos, foram Amazonas (10,3), Mato Grosso (8,2) e São Paulo (8,9).