Agência Brasil
- 04/12/2018
Tendência seria começar pela aprovação da idade mínima
Brasília - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou hoje
(4), em Brasília, que a reforma da Previdência em seu governo poderá ser
aprovada em diferentes fases. Segundo ele, há uma "forte tendência"
de começar a votação pela idade mínima. "É menos dificil de aprovar",
afirmou.
"Não adianta você ter uma proposta ideal que vai ficar
na Câmara ou no Senado. Acho que o prejuízo será muito grande. Então, a ideia é
por aí, começar pela idade, atacar os privilégios e tocar essa pauta pra
frente. [O déficit da] previdência realmente é uma realidade. Cresce ano após
ano, e não podemos deixar o Brasil chegar a uma situação como a da Grécia para
tomar providência", disse.
Ele falou que deverá manter a proposta do atual governo, que
é a de uma idade mínima para a aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos
para mulheres.
Reforma trabalhista
Bolsonaro também falou da possibilidade de aprofundar a
reforma trabalhista, aprovada em 2016, que flexibilizou direitos previstos na
Consolidação da Leis do Trabalho (CLT). Ele disse que sua equipe ainda estuda o
que mais poderia ser modificado.
"Não quero entrar em detalhes, estamos estudando.
Agora, não basta você ter só direitos e não ter emprego, esse é o grande
problema que existe. (...) Alguns falam até que poderíamos nos aproximar da
legislação trabalhista que existe em outros países, como os Estados Unidos,
acho que é aprofundar demais, mas a própria reforma trabalhista, a última que
eu votei favorável, já tivemos algum reflexo positivo: o número de ações
trabalhistas praticamente diminuiu à metade. E hoje em dia continua sendo muito
dificil ser patrão no Brasil, não há dúvida", afirmou.
Ministério do Trabalho
O presidente eleito disse ainda que a extinção do Ministério
do Trabalho e redistribuição de suas atribuições entre outras três pastas, no
seu governo, não vai prejudicar os trabalhadores.
"Essa pasta do Trabalho são de recordações que não
fazem bem à sociedade, ali funcionava como um sindicato do trabalho e não como
Ministério do Trabalho. Nenhum trabalhador vai perder seus direitos, até porque
todos estão garantidos no Artigo 7 da Constituição", afirmou.