domingo, 23 de dezembro de 2018

Toffoli agenda para 2019 julgamento de ação para cobrar reposição anual dos salários


Jornal Extra     -     23/12/2018




Após adiar o julgamento marcado para o primeiro semestre deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para 20 de junho de 2019 a avaliação sobre a ação que prevê multa à administração pública que não aplicar a reposição anual geral oferecida a servidores públicos federais, estaduais e municipais. O tema tem sido discutido pela Corte desde 2007, quando um grupo de servidores do Estado de São Paulo cobrou o direito. Na ação, requisitaram ao Supremo que obrigasse a administração a enviar um projeto de lei ao Legislativo que tratasse do tema. Um julgamento parcial começou a ser feito em 2014, mas o ministro Dias Toffoli pediu vistas do processo.

Antes, os ministros Marco Aurélio Mello (relator), Cármen Lúcia e Luiz Fux haviam sido favoráveis ao recurso. Gilmar Mendes, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki votaram contra. Agora, restam Toffoli, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin.

No início deste ano, a ministra Carmén Lúcia, então presidente do Supremo, agendou a votação. Ela estava marcada para junho, mas teve de ser adiada em função de outros temas que estavam em debate. Como a ministra deixaria o comando da Corte, não foi possível agendar uma nova discussão. Sob o comando de Dias Toffoli a partir de agosto, ficou definido que o caso só iria à plenário em 2019.

A reposição anual está prevista no artigo 37 da Constituição Federal. Nos últimos anos, administrações desconsideraram a obrigação em função da crise pública ou ao negociarem reajustes ou reposições parceladas.

Julgamento interessa diretamente aos servidores estaduais e municipais do Rio

O tema interessa diretamente aos servidores estaduais e municipais do Rio. Para diversas categorias do funcionalismo estadual, por exemplo, um cálculo estimado aponta a necessidade de reposição pelo período a partir de 2014 que já ultrapassa 25% sobre os valores atuais dos vencimentos. No caso da Prefeitura do Rio, desde outubro de 2016 não há reposição sobre a inflação. De acordo com o Banco Central (BC), o IPCA-E até setembro deste ano foi de 7,2%. Caso o STF concorde com o que pedem os trabalhadores, além da aplicação dos percentuais, seria cobrada uma multa.

De acordo com representantes de servidores, a incidência de multa sobre a administração que não oferecer o aumento pode motivar uma maior negociação salarial no setor público. O percentual seria levado para uma possível mesa de negociações, abrindo possibilidade de acordo. Além de oferecer reajustes ou planos de carreiras, a administração terá que aplicar o percentual devido pela inflação do período sem a aplicação de percentuais. O STF não deve definir, porém, qual a punição prevista em caso de desrespeito a decisão do Judiciário.

Representações de servidores estão atentas ao caso

Dezenas de entidades de servidores e órgãos de governo solicitaram ingresso como interessados no caso. Atualmente, o pedido das representações do funcionalismo é por mobilização. No caso do Rio, ao menos oito representações de servidores estão listadas no acompanhamento do caso como, por exemplo, o sindicato dos servidores do Judiciário (Sindjustiça-RJ), dos Trabalhadores das Universidades Públicas (Sintuperj-RJ), das Associações e Sindicados do Estado (Fasp-RJ), e dos servidores públicos do Município do Rio (Sisep-Rio).

Por Nelson Lima Neto


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra