Consultor Jurídico
- 12/03/2019
O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco)
informou nesta terça-feira (12/3) que vai ao Supremo Tribunal Federal contra a
iniciativa do Tribunal de Contas da União de fiscalizar o pagamento do
"bônus de eficiência". Também será apresentado um recurso ao Plenário
do TCU.
Em decisão monocrática da segunda-feira (11/3), o ministro
Bruno Dantas afirma que a lei que criou o bônus, a conversão de uma medida
provisória, não prevê a forma de pagamento. Isso é feito por meio de uma norma
da Receita, o que pode violar as regras orçamentárias da União. Dantas pediu
informações ao governo sobre o pagamento da verba.
Segundo o presidente do Sindifisco, Kléber Cabral, “o bônus
de eficiência está previsto em lei e tem sido pago desde janeiro de 2017, ainda
em valor fixo, por falta de um decreto de regulamentação. Desconhecemos
qualquer problema de ordem orçamentária”.
O bônus foi criado em 2017 por meio de uma medida provisória
que atropelou a discussão no Congresso. Foi uma saída encontrada pelo governo
para aumentar a remuneração dos auditores sem conceder aumento de salário.
A MP foi convertida em lei, que delegou para decreto a
regulamentação da forma de pagamento e da base de cálculo. A Receita Federal,
no entanto, criou uma regra para o pagamento, conforme a arrecadação global de
multas fiscais — a MP diz que o bônus será pago a partir de um fundo constituído
pelas multas aplicadas a contribuintes inadimplentes.