terça-feira, 2 de abril de 2019

Previdência: deputados podem propor pedágio para servidores federais


Metrópoles     -     02/04/2019




Com isso, quem ingressou no funcionalismo antes de 2003 não vai precisar atingir a idade mínima para se aposentar com integralidade

A reforma da Previdência ainda não começou a tramitar na Câmara dos Deputados, mas algumas das novas regras causam descontentamento e podem sofrer alterações por parte dos parlamentares. Uma delas é a proposta do governo que determina para servidores que ingressaram na carreira antes de 2003 idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres para se aposentarem com direito à integralidade. As informações são do jornal O Globo.

Os deputados querem propor a criação de um pedágio para servidores conseguirem a integralidade sem precisar atingir a idade mínima. O critério seria de 50% do tempo restante para a aposentadoria do funcionário.

O deputado Carlos Sampaio (SP), líder do PSDB, afirmou, em entrevista, que vai levar o tema para debate na reunião da bancada, prevista para acontecer nesta terça-feira (2/4).

O líder do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP) disse já ter escutado de várias outras lideranças a disposição para alterar essa regras “por uma questão de justiça”. Esse grupo defende a criação de uma regra de transição para os servidores que ingressaram no serviço público até 2003.

“A PEC não determina sequer uma regra de transição. E isso é uma violação ao princípio da confiança legítima à medida que em outras reformas tiveram direito a essa transição e, agora, tudo isso é retirado deles”, afirmou o juiz Guilherme Feliciano, que preside a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e coordena a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), representante de 40 mil juízes e membros do Ministério Público em todo o Brasil.

Em 2018, a Previdência dos servidores federais teve déficit de R$ 46,5 bilhões.

BPC

Os partidos na Câmara também preparam emendas e outras mudanças para serem feitas à proposta de reforma da Previdência. Entre elas está a alteração na aposentadoria rural e no BPC, benefício pago a idosos e pessoas com deficiência carentes.

Boa parte dessas emendas deve ser apresentada durante a segunda fase da tramitação da proposta no Parlamento, após o projeto chegar à comissão especial. O colegiado será instalado após a aprovação da admissibilidade da proposta na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ).

Alíquotas

As associações de servidores querem barrar o avanço de outros pontos da reforma da Previdência já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a primeira etapa que o texto passa no Congresso. Além da alteração das regras para quem entrou no serviço público antes de 2003 está, também, a cobrança de alíquotas maiores e diferenciadas pagas pelos trabalhadores.

A reforma eleva a contribuição dos servidores públicos e da iniciativa privada que ganham mais. A alíquota pode chegar a 22%, porcentual que será cobrado sobre uma parte do salário, caso a reforma seja aprovada. No INSS, a alíquota máxima será de 11,68% (hoje, é de 11%). As alíquotas vão subir de acordo com os salários, como já acontece no Imposto de Renda da Pessoa Física. A ideia é que trabalhadores que recebem salário maior contribuam com mais; os que recebem menos vão ter uma contribuição menor.

Associações ligadas ao Judiciário e de representantes de 31 entidades, que juntos somam mais de 200 mil servidores públicos, prepararam um memorial e uma série de notas técnicas que questionam pontos da proposta. Eles também acertam mais de 25 emendas para serem apresentadas a deputados e senadores e não descartam medidas judiciais. (Com Agência Estado)

Por Thaís Paranhos


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra