Agência Brasil
- 03/04/2019
Segundo Guedes, proposta beneficia os aposentados mais
pobres
Brasília - O impacto da reforma da Previdência será cerca de
14 vezes maior para os servidores públicos do que para os trabalhadores da
iniciativa privada, disse hoje (3) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em
audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados,
ele apresentou uma estimativa de economia proporcionada pela proposta por tipo
de contribuinte.
“Nós temos um cálculo. São 71 milhões de pessoas no regime
geral [que paga aposentadorias do setor privado e das estatais]. A contribuição
de cada um em dez anos é de R$ 9 mil. Na hora que pega o servidor, cada um
contribuiu com R$ 140 mil", disse.
Em relação aos militares, o ministro disse que cada um
contribuirá com R$ 181 mil por pessoa nos próximos dez anos. A conta, o
entanto, considera apenas a economia de R$ 97,3 bilhões da reforma das
aposentadorias dos militares, não levando em conta o impacto de R$ 86,9 bilhões
com a reestruturação da carreira da categoria.
A versão original da proposta enviada ao Congresso prevê
economia de R$ 1,17 trilhão em dez anos. O ministro da Economia classificou de
“fábrica de desigualdades” o atual sistema previdenciário, citando que a
aposentadoria média de servidores e parlamentares na Câmara dos Deputados é 20
vezes maior que a do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), enquanto 83%
dos brasileiros se aposentam com até dois salários mínimos.
Investimentos
Em relação à economia de recursos com a reforma da
Previdência, Guedes disse que boa parte do dinheiro será usado em
investimentos, que impulsionarão o crescimento da economia brasileira nos
próximos anos, e não irá para bancos.
“É uma ilusão achar que esse dinheiro [R$ 1 trilhão de
economia] some. Esses recursos são injetados na economia em forma de
investimentos. Não tem trilhão nenhum que vai para banco nenhum”, declarou. Ele
reiterou que a proposta do sistema de capitalização não prevê que bancos
gerenciem a poupança dos trabalhadores, mas entidades autônomas, que funcionam
como fundos de pensão.