Congresso em Foco
- 07/06/2019
Muita água ainda vai rolar embaixo da ponte que levará ao
formato final da reforma da Previdência, mas começam a ficar mais claros – e o
Congresso em Foco revela aqui, com exclusividade – alguns pontos-chave do texto
substitutivo que o relator na comissão especial da Câmara, Samuel Moreira
(PSDB-SP), deve apresentar no início da semana que vem.
Samuel confidenciou a parlamentares que pretende instituir
um pedágio de 100% como norma de transição para os atuais servidores públicos.
Um exemplo permite entender melhor como a coisa funcionaria. De acordo com a
proposta de emenda à Constituição (PEC) que saiu do Ministério da Economia, se
o servidor tem 58 anos e faltam seis meses para conquistar o direito à
aposentadoria, ele trabalharia sete anos a mais, até completar 65.
Com o pedágio de 100%, dobra o tempo restante para início da
aposentadoria, que passaria nesse caso de seis meses a um ano. Ou seja, o
funcionário público se aposentaria com 59 anos. A ideia é adotar a regra para
todos os servidores civis atualmente no exercício de carreiras em âmbito
federal, estadual e municipal.
O relator também vai alterar os critérios propostos para os
professores. A PEC do governo obriga homens e mulheres a se aposentarem com a
mesma idade mínima, 60 anos. Hoje, eles se aposentam com o mínimo de 55
(homens) e 50 (mulheres). Samuel, atendendo a apelos de diversas bancadas
partidárias, aceitou reduzir a idade mínima. Ainda há dúvidas, porém, quanto à
fórmula a seguir. Uma alternativa é o redutor de cinco anos.
Isto é, as mulheres se aposentariam com 57 e os homens com
60 anos – cinco a menos do que o proposto pelo governo para os demais
trabalhadores (62 e 65, respectivamente). Outra possibilidade é fixar a idade
em 55 para mulher e 60 para homem, estendendo dessa forma em cinco anos a idade
exigida pela legislação em vigor. Discute-se a possibilidade de mudar o
tratamento dos policiais, para os quais o governo quer adotar a idade mínima de
55.
Quanto à questão mais polêmica da reforma neste momento, o
relator está determinado a enfrentar a resistência contra a inclusão no texto
dos servidores estaduais e municipais. Numa articulação que teve à frente o
paulista João Doria, tucano como Samuel Moreira, 25 governadores divulgaram
carta em defesa da tese (as exceções vieram da Bahia e do Maranhão, estados
governados por PT e PCdoB).
Para tornar a aprovação factível, Samuel deverá propor uma
espécie de “purgatório”, como diz um influente integrante da comissão especial.
A reforma só valerá para os estados que a incorporarem à legislação estadual no
prazo máximo de seis meses, aprovando-a em suas casas legislativas. Cogitou-se
da possibilidade de se fazer isso por...
Leia a íntegra em Relator da Previdência deve propor pedágio de 100% para servidor e nova idade mínima para professor