BSPF - 29/07/2019
Brasília - O déficit previdenciário dos servidores civis foi
o que mais cresceu no primeiro semestre, apontaram dados divulgados pelo
Tesouro Nacional nesta segunda-feira, numa mostra do descasamento entre
receitas e despesas do funcionalismo público.
De janeiro a junho, o rombo cresceu 11,3% sobre igual
período do ano passado, chegando a 20,076 bilhões de reais.
Na mesma base de comparação, o déficit dos militares subiu
8,2%, a 18,079 bilhões de reais, ao passo que no Regime Geral de Previdência
Social (RGPS), que abarca os trabalhadores da iniciativa privada, a alta foi de
6,1%, a 79,667 bilhões de reais.
Embora o déficit do RGPS seja o mais representativo em
termos absolutos, os rombos previdenciários dos servidores civis e militares
são proporcionalmente mais pesados, pois o número de beneficiários de ambas as
categorias é significativamente menor.
O governo do presidente Jair Bolsonaro tem defendido a
reforma da Previdência, que passou em primeiro turno na Câmara dos Deputados,
como iniciativa fundamental para reequilibrar as contas públicas e combater
privilégios.
Apesar do discurso, o próprio Bolsonaro defendeu de última
hora que regras mais brandas fossem admitidas para carreiras policiais, o que
acabou passando no texto aprovado em plenário.
Agora, a expectativa do governo é que a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) seja chancelada em segundo turno na Câmara ainda no começo
de agosto, para terminar de ser apreciada pelo Senado em setembro.
A PEC não mexe nas regras para aposentadoria de militares,
que foram objeto de um projeto específico já enviado ao Congresso, mas ainda
não votado pelos parlamentares.
Por Marcela Ayres
Fonte: Reuters