BSPF - 26/10/2019
A equipe econômica está disposta a comprar todas as brigas
possíveis com os servidores públicos. Técnicos que administram o Orçamento da
União afirmam que os servidores podem espernear, mas não terão reajustes em 2020.
Segundo os mesmos técnicos, também serão contidas todas as
progressões de carreiras. Ou seja, aqueles que estão esperando alguma promoção
devem colocar as barbas de molho. Não há dinheiro para isso.
A determinação da política econômica é a seguinte: qualquer
dinheiro extra que entrar no caixa será para bancar despesas básicas da
máquina. O governo não quer ficar com a faca no pescoço, diante da
possibilidade de suspender serviços à população.
Para evitar a paralisia, o governo conta com os R$ 6,1
bilhões do fim da multa adicional de 10% do FGTS, que o governo proporá ao
Congresso. Essa multa adicional entra no Orçamento como despesa, o dinheiro
entra nos cofres do Tesouro, mas é repassado à Caixa Econômica Federal.
O governo também está contando com um aumento das receitas
com impostos, já que a atividade mostra sinais leves, mas consistentes, de
recuperação.
Briga boa
Na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, não há
mais como atender a pedidos de reajustes de servidores, que já tiveram aumentos
expressivos nos últimos quatro anos. Agora, acredita o ministro, o
funcionalismo deve se conscientizar sobre o momento crítico das finanças do
país.
Com as novas previsões de receitas e os rearranjos no
Orçamento, o Ministério da Economia pretende elevar os gastos com a máquina
pública de R$ 89,2 bilhões, como previsto na proposta de Orçamento de 2020,
para algo como R$ 100 bilhões.
Guedes, por sinal, quer a todo custo fazer a reforma
administrativa, que resultará em perdas de muitos benefícios pelos servidores.
Essa briga, porém, será pesada, uma vez que o funcionalismo federal já se
organizou no Congresso e tem uma frente de pelo menos 235 parlamentares.
Fonte: Blog do Vicente