Correio Braziliense
- 18/11/2019
Enquanto o presidente Bolsonaro indica que o governo adiará
o envio da proposta de reforma administrativa, grupos representantes do
funcionalismo público e deputados criticam a intenção de alterar pontos
importantes como a estabilidade e a jornada de trabalho
É grande a expectativa em Brasília com o andamento da
proposta de reforma administrativa, a ser apresentada pelo governo federal ao
Congresso. O Ministério da Economia prometeu apresentar o texto nesta semana,
depois de pelo menos 15 dias de atraso desde a primeira projeção. Mas o
presidente Jair Bolsonaro sinalizou mais um adiamento no envio da proposta que
busca, entre outras mudanças, acabar com a estabilidade de novos servidores
públicos. O chefe do Executivo não garante que ela será encaminhada nos
próximos dias. “Vai aparecer, não sei quando. Mas vai demorar um pouquinho mais
ainda”, disse ontem, ao chegar ao Palácio da Alvorada, após viagem ao litoral de
São Paulo. A declaração é diferente do que alegou na última segunda-feira,
quando afirmou que a proposta chegaria em breve.
A sinalização do presidente animou parlamentares e
representantes de servidores, grupos que se organizam para barrar a proposta
antes mesmo de ela chegar ao Congresso. Coordenador da Frente Parlamentar em
Defesa do Serviço Público, o deputado professor Israel Batista (PV-DF) diz
notar um movimento crescente contra a reforma nos últimos dias. “Sinto que as
pessoas querem participar da frente com mais vigor”, diz. Com os atrasos e a
declaração de Bolsonaro, o governo mostra que não está otimista e que se
preocupa com a repercussão negativa, avalia o deputado. “Deve ter acendido uma
luzinha de dúvida”, afirma. Israel Batista conta que vários deputados o
procuraram na semana passada para se informar sobre o assunto. E, para a
surpresa dele, as abordagens não vieram só da esquerda, que costuma defender a
pauta, mas também de partidos como o PSDB, histórico defensor de políticas
reformistas, e o Solidariedade, de centro.
“Estamos dispostos a encontrar alternativas para a melhoria
do serviço público brasileiro, mas não aceitamos que esse debate seja feito com
base em mitos e sob o mantra da demonização dos servidores”, disse Professor
Israel.
Defensores dos direitos dos servidores têm conversado com
lideranças partidárias para explicar o que consideram pontos negativos, como o
fim da...
Leia a íntegra em Adiamento da proposta de reforma administrativa recebe críticas