Agência Brasil
- 04/11/2019
Tecnologia é possível, disse servidora na 5ª Semana de
Inovação
Brasília - Imagine uma plataforma virtual, mediada pela
administração pública, consultada universalmente por órgãos federais, governos
estaduais e prefeituras para contratar prestadores de serviço e fornecedores de
produtos como medicamentos, mobiliário escolar ou material de escritório.
Essa plataforma compartilhada, espécie de marketplace que os
brasileiros já estão acostumados a acessar para fazer suas compras pessoais,
garantiria transparência de gastos, melhores preços e a agilidade desejada
pelos gestores públicos.
A construção de uma plataforma como essa no futuro está no
horizonte de visão da administradora Virgínia Bracarense Lopes, vencedora por
duas vezes do Concurso Inovação no Setor Público e ganhadora do Prêmio Espírito
Público 2019. “A tecnologia já possibilita isso. O desafio principal é saber
como prover para o Estado, como integrar sistemas de compras”, disse.
Virgínia é funcionária pública de carreira (especialista de
Políticas Públicas e Gestão Governamental) e foi apresentada na 5ª Semana de
Inovação, que vai até quinta-feira (7), em Brasília, como “inovadora serial no
serviço público brasileiro”.
A administradora acredita que, apesar da heterogeneidade das
27 unidades da Federação e dos 5.570 municípios brasileiros, é possível o
compartilhamento de soluções. “O Estado quer gastar menos, quer mais
eficiência. A plataforma traz transparência e agilidade”.
Para a gestora, um consórcio reunindo eletronicamente as
demandas de aquisição do governo federal, estados e municípios é benéfico
também para os fornecedores, que podem ganhar mercado para seus serviços e
produtos. “O fornecedor quer ter facilidade de como vender para a
administração. É possível cruzar interesses, alinhar e trazer vantagens para
todos atores”.
Não há data prevista para a visão de futuro de Virgínia se
consumar. Ela diz que já existem experiências colaborativas bem-sucedidas entre
os diferentes entes da Federação para as aquisições públicas, como ocorre na
compra de remédio na rede pública de Minas Gerais ou na aquisição de ônibus
para o transporte escolar e móveis de sala de aula feita para as prefeituras
pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
“Os exemplos falam mais do que palavras. Há modelos que
mostram economia claramente”, disse Virgínia. A especialista assinala a
necessidade de respeitar o pacto federativo e conquistar paulatinamente as
alianças. “Não há imposição, é uma construção. Estamos falando de
sensibilização, de costurar acordos. Não é algo que vá se determinar para o
governador ou para o prefeito”.
Virgínia está cedida à Secretária de Planejamento e Gestão
de Minas Gerais Ela dirigiu, entre 2015-2019, a Central de Compras do governo
federal, quando foi criada a plataforma TaxiGov, que economizou mais de 50% das
despesas de transporte da administração federal.