BSPF - 09/12/2019
“Está previsto o reajuste de 12% para fevereiro/2020, duas
vezes acima da inflação e 100 vezes acima do bom senso. Os últimos aumentos da
Geap foram 37.56%, 21%, ocasião em que a Anasps buscou uma redução desses
reajustes a fim de que os seus associados não perdessem o plano por
inadimplência. Os dirigentes da Geap, parece, não tem compromisso com os
servidores civis, esquecem que o servidor não ganhou nenhum aumento e não tem
previsão de reajuste para 2020, aduzido a isso o governo não reajusta o per
capita.
Nossa antiga Patronal se transformou em Geap.
Nossa antiga Patronal funcionava nos prédios do INSS, tinha
empréstimos para servidores, financiava óculos, tinha restaurantes de qualidade
com preços acessíveis, tinha reembolsáveis onde se comprava produtos
alimentícios de qualidade com menores preços, tinha a melhor rede de hospitais,
clínicas médicas, psiquiátricas e dentárias, bem como ambulatórios, enfim
prestava atendimento de excelência. Nem nos ”anos de chumbo” teve generais,
almirantes, brigadeiros.
Nossa Patronal atendia só os servidores do INSS, mais de 150
mil, das áreas de benefícios, assistência médica, arrecadação e serviço social.
Transformada em Geap, recebeu servidores de vários órgãos e,
deformada, inchou e chegou a 750 mil beneficiários (vidas). Com o inchaço
vieram também dirigentes corruptos, gestões ineptas, desacertos, politicagem
que contribuíram para que a sua carteira caísse para menos de 400 mil
beneficiários e esse número continua descendo a ladeira mensalmente.
Quais as razões:
1. Problemas de gestão, com má administração;
2. mecanismos de controle totalmente inadequados e
ultrapassados;
3. excesso de contratos sem a devida prestação de serviços;
4. salários de dirigentes, muitos sem a devida qualificação,
incompatíveis com o mercado;
5. falhas na captação de novos beneficiários;
6. aumento abusivo de contribuição decorrentes de cobrir
rombos de má gestão;
7. rede ruim e em descompasso com as necessidades dos
servidores;
8. serviço de atendimento aos doentes aquém do necessário;
9. utilização da Geap como “moeda de troca” nas relações com
o Centrão e a “Velha Política”;
10. Manipulação da Geap pelo Executivo que não reajusta há
anos a contribuição “per capita” patronal, sacrificando os servidores no
financiamento;
11. Manipulação do Conselho Deliberativo Conad, com
finalidades não institucionais, sem que os servidores da Geap possam inibir as
fraudes e as irregularidades praticadas.
A Geap permanece com uma auditoria fiscal da ANS há anos,
infindável, devendo a ANS mais de R$ 300 milhões para recomposição do rombo,
sendo que o Diretor Fiscal da ANS recebe o mesmo que o Diretor Presidente da
Geap, R$ 35.000,00.
A Geap não implantou o sistema de compliance, apesar da
determinação do ConadD.
A Gep tem um Conselho Deliberativo que se encontra
totalmente inoperante e incompetente, que no seu papel deveria dirigir e
normatizar as atividades da Direção da Geap, inclusive de nomear, indicar e
demitir o diretor, no entanto o que vemos são indicações políticas sem o menor
conhecimento sobre planos de saúde, tendo como composição do Conad três
indicações governamentais, recaindo sobre um dos seus membros a presidência do
colegiado com voto de minerva. Portanto, tudo o que o governo ou o diretor
propõe é aprovado pelo voto de minerva, ficando os conselheiros eleitos pelos
beneficiários sem poder decisório.
A Geap está com uma rede odontológica totalmente defasada,
por rescisão abrupta com empresa terceirizada, sem a preocupação de contratação
de uma nova rede para atendimento.
Conclusão: criou-se o caos sem o devido prosseguimento dos
tratamentos, até onde sabemos porque a tabela da Geap é menor do que a da
empresa conveniada. Não somos contra a rescisão, mas o serviço precisa ter
continuidade.
Recebemos, recentemente, algumas mensagens de associados,
onde a Geap solicita que os mesmos indiquem profissionais para credenciamento,
reconhecendo portanto a incompetência para realizar o trabalho que é da própria
Geap. Também recebemos documento comunicando o encerramento das atividades e os
atendimentos da política mais saúde, programas saúde da criança e do adolescente,
do homem, da mulher, saúde mental, do idoso, que serão suspensos a partir de
janeiro de 2020, programas esses que segundo especialistas visam o
monitoramento dos beneficiários, evitando-se gastos com internações ou outros
tratamentos onerosos. A revisão e o aperfeiçoamento dos mesmos é de vital
importância, não a suspensão.
Está previsto o reajuste de 12% para fevereiro/2020, duas
vezes acima da inflação e 100 vezes acima do bom senso. Os últimos aumentos da
Geap foram 37.56%, 21%, ocasião em que a Anasps buscou uma redução desses
reajustes a fim de que os seus associados não perdessem o plano por
inadimplência.
Os dirigentes da Geap, parece, não tem compromisso com os
servidores civis, esquecem que o servidor não ganhou nenhum aumento e não tem previsão
de reajuste para 2020, aduzido a isso o governo não reajusta o per capita.
Com prestação de serviços ruim, diminuição dos serviços
odontológicos, para crianças e idosos, com supressão do home care, rede ruim e
preços acima do mercado, a evasão muito grande, levará provavelmente o plano a
um patamar falimentar de péssima qualidade.
Precisamos que se implante o sistema de compliance, que se
melhore a rede de credenciados: médicos, hospitais dentre outros serviços.
Precisamos de uma administração com conhecimento, expertise
na área de saúde, bem como precisamos saber onde estão sendo gastas as
mensalidades dos beneficiários, cuja inadimplência é zero.
Os desacertos na Geap geram um clima de incerteza e
desesperança entre os beneficiários, servidores públicos, que não tem condições
de migrar para planos privados.
Queremos a volta da nossa antiga Patronal
Por Paulo Cesar Regis de Souza – vice-presidente executivo
da Associação Nacional dos Servidores Públicos, da Previdência e da Seguridade
Social – ANASPS
Fonte: Blog do Servidor