BSPF - 07/12/2019
Estudo mostra disparidade na área
Análise do Ipea de 1986 a 2017
Os funcionários do Judiciário ganham uma média mensal de R$
12.081, enquanto os do Legislativo ganham R$ 6.025 e os do Executivo, R$ 3.895.
As informações são do estudo Altas do Estado Brasileiro (íntegra), do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado nesta 6ª feira
(6.dez.2019). Foram analisados dados do funcionalismo público de 1986 a 2017.
A remuneração média mensal de todo o setor público
apresentou 1 crescimento real de 23,5% nos 32 anos analisados, com ganho médio
anual de 0,73%. Já a remuneração média dos funcionários do setor privado
manteve-se praticamente estável, passando de R$ 2.473 para R$ 2.382, no mesmo
período.
Em 2017, foram gastos R$ 750,9 bilhões com os servidores
ativos, o que corresponde a 10,5% do Produto Interno Bruto brasileiro.
O Ipea destaca que o número absoluto de servidores públicos
aumentou, mas o percentual de ocupados no mercado de trabalho se manteve
estável do início da análise até 2014.
Em 32 anos, o funcionalismo público ampliou-se em 123%: o
número total de vínculos subiu de 5,1 milhões para 11,4 milhões. A expansão foi
similar à do mercado de trabalho formal no setor privado (crescimento de 95% no
total de vínculos).
O número total de funcionários no Poder Executivo foi o que
mais cresceu no período. Passou de 5 milhões de vínculos em 1986 para 11,1
milhões em 2017 -uma alta relativa de 115%.
No Poder Legislativo, o crescimento foi de 436%, de 51 mil
para 275 mil postos de trabalho. No Poder Judiciário, houve a maior expansão
relativa: 512%. O número de servidores foi de 59 mil para 363 mil.
O Ipea ressalta que o Judiciário não possui a esfera
municipal, que “tem o maior número de pessoas e as remunerações menores”. Isso
influencia na disparidade observada entre os Poderes.
REMUNERAÇÕES POR NÍVEL FEDERATIVO
Segundo o Ipea, “as remunerações mensais médias variam de
modo significativo entre os três níveis federativos”. Eis as variações de 1986
para 2017:
nível federal – aumentou de R$ 5 mil para R$ 9,2 mil,
crescimento acumulado de 84%;
nível estadual – passou de R$ 3,6 mil para R$ 5 mil, aumento
real acumulado de 39%;
nível municipal – saltou de R$ 2 mil para R$ 2,9 mil,
aumento acumulado de 41%.
GÊNERO
A análise mostra que a participação das mulheres foi
superior no setor público e se expandiu com o tempo. Em 1986, o percentual de
vínculos no setor público era o mesmo entre os sexos, mas a participação
feminina foi gradualmente se expandindo e alcançou 59,3%, em 2017. Este
crescimento está relacionado principalmente à expansão do emprego público
municipal, em que a participação das mulheres é majoritária.
No entanto, em praticamente todos os anos da série, os
homens têm remuneração média superior à das mulheres. Em 1986, a média salarial
das mulheres no setor público brasileiro era 17,1% inferior à dos homens. Em
2017, a diferença entre os salários médios aumentou, e as mulheres recebiam
24,2% a menos que os homens.
“Essa desigualdade decorre, provável e essencialmente, do
fato de as ocupações e carreiras com menor remuneração ter maioria feminina”,
analisa o órgão.
ESCOLARIDADE
O levantamento mostrou também que houve aumento na
escolaridade dos servidores públicos, em todos os níveis da administração. Ao
todo, 47% dos servidores públicos do país possuíam nível superior completo em
2017 (bem acima dos 19% com esse nível de escolaridade em 1986).
Leia aqui a íntegra do estudo
Fonte: Poder 360